2013/11/11

Os dias passam rápido e a lista de coisas a fazer é enorme. Eu sinto-me cansada, a precisar de ferias. Mas num pode ainda. 

De resto, um feliz S.Martinho. Haja castanha e jeropiga (ou moscatel no meu caso)

2013/09/19

A gata do medalhão

Quando olho para trás, há momentos que aparecem primeiro no flash back. O primeiro é como ao chegar a casa e ser confrontada com a intimidadora Xica, que tinha o dobro do tamanho dela, a valente Tisna rosnava e conquistava, passo a passo o seu espaço lá em casa, como quem diz “assanha-te aí à vontade, eu sou da rua pá, venho de uma ninhada de 8!”. E assim era. Para a idade era uma micro-gata. Tinha que lutar com os irmãos pela pouca comida, de tal maneira que nem devia ter tempo para limpar os bigodes. Após alguns dias conseguimos finalmente limpar-lhe o focinho até ficar branco. A micro gata entrava dentro de uma tigela de ração e ao mesmo tempo que comia, rosnava, como quem diz “nem penses em tirar-me isto”. Eventualmente habitou-se que a comida estava sempre à sua disposição e não havia necessidade de competir por comida. Ficou-lhe no entanto o trauma, pois muito antes da ração acabar começava a miar de roda da gente (logo ela que sempre foi tão silenciosa) e a fazer viagens dona - gamela da comida – dona até que nós percebessemos.

Outro foi quando a levámos para ser esterilizada, voltamos com uns comprimidos, creio, anti-inflamatorios. No primeiro dia lá tivemos que lhe abrir a boca e empurrar o comprimido. No segundo dia abrimos-lhe a boca mas ela não ofereceu resistência (e parecia incredula por a estarmos a forçar). Ao terceiro dia, pareceu-me que ela veio ter connosco quando ouviu a caixa dos comprimidos abanar. Achámos estranho, mas coloquei o comprimido na mão e mostrei-lhe. Tomou o comprimido da mão como se fosse um petisco. E daí para a frente bastava-nos sacudir a caixa para ela vir, toda lampeira. Na consulta da revisão, lá a veterinária nos confirmou que o paladar dos comprimidos era apelativo para eles. Já estávamos a pensar que tinhamos uma gata super dotada.

Era a gatinha perfeita. Gatinha de colo. Queria comer, dormir e festinhas. Chamávamos-lhe “cu gordo” – ela não saltava para cima do sofá; pendurava-se e içava o rabo, “mafiosi” – reminescência dos tempos de cria de rua e “fuinha” – era perita em escapulir-se para onde queria ou esconder-se (no quarto, sala ou – imaginem – casa de banho). Foram poucas as asneiras verdadeiras que fez.

Era a gata mais meiga que já conheci. Queria festas e queria já – era completamente indeferente às visitas que não gostavam de gatos; se estava no sofá era alguém em potencial para lhe dar festas. Só de imaginar que as ia receber, começava a ronronar alto de satisfação. O seu pelo era o mais fofo lá de casa.

Há um ano e meio apereceu-lhe um tumor no lombo, onde apanhou as vacinas. Cancro de pele disse o vet da altura – cirurgia já pois não tem ramificações. Voltou. Mudámos de vet – cancro provocado pelos adjuvantes então utilizados nas vacinas. Não devia sequer ter operado – a quantidade de derme, epiderme e massa muscular que era necessário remover era demasiado grande para ser viável (para um tumor de 2 cm). A cirurgia apenas tornou o então já agressivo tumor, ainda mais agressivo. Aguentámos enquanto pudemos, enquanto vimos que ela tinha qualidade de vida, enquanto não ganhámos coragem por a levar de volta ao veterinário, desta vez  pela derradeira vez.

Foi ontem. Foi a coisa mais tranquila e pacifica que já vi. Como o apagar de uma vela. Sentimos todas saudades dela, ainda agora ela se foi. A morte é sempre estupida. O cancro é sempre injusto e cobarde.

A minha Maria mostrou-nos uma maturidade que não estávamos à espera. Explicámos-lhe tudo. “Vou sentir muita saudade da Tisninha.”

 

Também eu filha, também eu.


2013/08/26

Ontem regressei ao ponto de partida. Ao sítio onde me apaixonei. Ela falava de amor como ninguém. 

2013/08/21

Faz hoje 3 anos que estava completamente catatatonica a caminho do local do nosso casamento num carro carregado de doces e acepipes feitos por nós para a boda. 
Contrariando todas as expectativas, fui uma noiva típica. Fiz birra porque não me chegava assinar os papeis na conservatória, fiz birra porque quis alianças de ouro à séria, fiz birra porque quis vestido de noiva (aqui cedi, e não fui de branco). Nos últimos dias antes do Dia andei numa pilha de nervos, incapaz de somar 2+2. 
Como somos esquisitas não nos contentamos com o pacote standard para casamentos. Tudo foi personalizado    .
Como não somos ricas tivemos que fazer quase tudo nós próprias (mas não tínhamos conseguido sem os nossos amigos e alguns familiares). Cozinhamos, carregamos moveis, loiça, tratamos dos arranjos da mesa e bouquets, da selecção da música. Dois amigos fizeram as fotografias. Um amigo passou a música. Duas amigas asseguraram a organização de tudo no dia do casamento. Uma amiga foi buscar o bolo de casamento. Várias amigas ajudaram a pôr a mesa à medida que iam chegando todas aperaltadas ao casamento (sim, foi mesmo à justa). Enfim, a lista goes on and on. A generosidade e amizade de tod@s foi incomensurável. 

Não fizemos fretes. Ok, vá... Convidámos só e apenas 2 pessoas da família da Lu que não teríamos convidado, mas teve mesmo que ser. O meu pai e irmã fizeram-me o favor agridoce de não aceitar o convite (casamento é entre homem e mulher!). 

Resultado: ao abrimos a porta e caminhamos para o "altar", só vimos pessoas que gostamos a sorrir para nós, felizes por nós. A vibração era indescritível. Até a conservadora mostrou sinais de estar emocionada com o nosso casamento. Uma das minhas madrinhas fez um discurso que nos levou às lagrimas. 

Como noiva cliché que foi, cumpriu-se outro cliché: foi o dia mais feliz da minha vida. Sempre que as coisas estão más é para este dia que a minha mente foge. Its my happy place. 

Hoje apetece-me recordar este dia. Podia falar horas e horas sobre isto, mas infelizmente não tenho tempo. Tenho que ir trabalhar. 






2013/08/18

Às vezes penso que isto não tem jeito nenhum, mais valia por uma tranca neste blog e finito. Mas depois dá-me saudades, venho dar uma vista de olhos neste Blogger que se tornou tão estranho para mim e até me dá saudades ( de escrever, de ter vontade). E mudo o look.
Hoje fui à terra do meu pai, com o meu pai, ver a família do meu pai. E com a Lu e Maria. Encontrar-me com uma prima que vi meia dúzia de vezes. Senti-me bastante acarinhada e... em família. Coisa estranha esta, de ter uma família, mesmo quando não se tem. Foi um dia bom. Pequenos passos.

2013/06/24

O cansaço já vai sendo muito e as férias-férias ainda estão longe. Em dias como este a vida de dona de casa parece-me bastante apelativa.  

2013/05/20

Refrescante

ler palavras destas e ainda por cima, ditas por alguém a quem o problema não lhe toca. Lá está, não é preciso muito para nos pormos na pele do outro. Basta ser um ser humano decente.
Sexta-feira passada, comentando a recente e inesperada noticia de que a co-adopção tinha sido aprovada, alguém me disse "então agora são uma Família". A minha resposta foi que sempre fomos uma família, mas que doravante seriamos reconhecidas assim institucionalmente. Os sentimentos não são legisláveis, mas a legislação pode proteger os sentimentos e as pessoas. A importância deste passo só é plenamente compreendida se se estiver nesta pele, ou se se conseguir pôr nesta pele. E por fim, a expressão " pelo supremo interesse da criança" foi empregue adequadamente. Como mãe de coração, não posso agradecer suficiente por esta prenda, tão preciosa e inesperada. Maio não me trouxe todas as prendas que pedi, mas as que me deu, valem ouro.

2013/05/15

Hoje fui vitima de 2 denuncias anónimas e falsas. Felizmente as pessoas conhecem-me better than that, mas não deixa se ser revoltante. Estranhamente sinto-me calma. Mais calma que nos últimos dias. Quem não deve não teme. 

2013/05/02

A Maria está muito preocupada que o "Pernagatas" marque outro golo ao Benfica. É realmente desconsertante.

2013/04/30

Plano para o dia de Maio

Et voilá, é isto!


É duro estar à mercê de coisas que fogem ao nosso controlo. *yep. I'm a freak control!*

2013/04/28

Pode-se pisar as nossas próprias pegadas e mesmo assim percorrer um novo caminho.