2008/02/28


Gutamos muito de samba, bossa nova, blues e das mães a cantar. Dêem-me música vá!

Gutamos muito de massagens, do banho, de mudar a fraldar, de despir a roupa e ficar em pelota.

Dormimos à noite 4 ou 5 horas seguidinhas.

Temos um sorriso lindo, e somos a alegria da casa.

Desenvolvemos uma manha de chorar depois de mamar, com fraldinha limpinha e tudo, o que deixa as mães com a cuca às voltas a tentar descobrir o que queremos. Somos muito gulotonas. E lindas. E temos um sorriso lindo. Ah isso já tinha dito...

2008/02/24

Adeus mãe

Morreu ontem às 08:30h após 2 meses de sofrimento, sempre com uma lucidez assustadora. Não sei traduzir o que sinto. Um alívio por não a ver sofrer mais, uma saudade imensa projectada num futuro em que sei que ela já não está lá, um relembrar toda uma vida juntas. Um revolta porque ela não merecia este fim.

A minha mãe foi uma mulher como poucas. Era a força motriz da nossa casa, uma lutadora. Não digo isto apenas por ter sido a minha mãe. Acabada de sair de uma cirurgia, que se revelou ter sido o princípio do fim, que a debilitou a um ritmo alucinante, ela diz-me “já devem ser quase 8h, tens de ir para casa com o teu pai para lhe dar o jantar”. Há dois dias atrás sem forças nenhumas pergunta-nos o que tínhamos na panela de pressão a cozer e instrui-nos sobre o tempo de cozedura. E foi assim até minutos antes de expirar. Não mãe, não merecias isto.

Às minhas amigas que aqui vêm, e que possam estar na dúvida se eu quererei ser deixada em paz, a resposta é não, não me deixem em paz. Preciso de vocês, preciso da normalidade do quotidiano, de um abraço vosso, de tudo quanto me afaste deste ambiente de morte. Não, não estou a fugir, tudo o que se passou e está a passar está demasiado imprimido em mim.

Não sei quando postarei novamente. O tempo tem sido pouco, mas quando venho aqui, ao mesmo tempo que estou cheia de saudades do blog, logo me dá uma branca e não sei o que dizer. Veremos.

2008/02/13

Cólicas...






essas putas!

2008/02/06

Após o que foi um corrupio de casa para o hospital, uma lufa lufa em casa para preparar tudo para a chegada da Maria, um melancólico regresso a casa no fim da visita do hospital, finalmente as minhas meninas tiveram alta.


Por cá, sofre-se um pouco do que se poderá chamar "baby blues", a lágrima corre fácil, quase sempre por felicidade, mas muitas vezes devido a um cocktail de emoções, que não as sei descrever, por serem novas para mim. Apesar de todos os avisos e de certa forma esperar que algo se iria passar nos nossos aurículos e ventrículos, nada nos iria preparar para isto que sentimos. Quem já foi mãe/pai seguramente sabe do que falo. Ainda há um mês atrás ao visitarmos a nossa amiga, que tão recentemente nos deu um primo para a Maria brincar, a senti estranha, feliz sim, mas com um sorriso apreensivo, prudente, ponderado. Na altura estranhei isso, mas agora entendo... pois sinto-me igual. Estou feliz, felicíssima, mas constantemente inquieta, em vigília, preocupada.


A primeira noite que passámos juntas em casa, a melhor noite que a Maria passou até então, sem choros, e a melhor que a mamã Lu já passou desde dia 29 até então, cada barulhinho que ela fazia no berço fazia levantar-me, acender a luz e ir ver como estava. Preocupava-me que tivesse frio, que tivesse calor, que descesse na cama e ficasse debaixo dos lençóis... Para conseguir dormir com alguma tranquilidade tive de a ir buscar, dormir semi- sentada, e deitá-la sobre o meu peito. Não dormi profundamente, mas sempre descansei um pouco mais, pois não suportava a ideia de não a estar a ver. Hoje já estou mais calma, isto é… não preciso de a ter sempre no meu colo, mas o estado de inquietude continua.

A mamã Lu está bem, embora cansada… afinal é ela que tem de lhe dar de mamar a meio da noite, e olhem que a Maria nos tem dado até ao momento noites tranquilas. A recuperação da cesariana tem sido muito boa, a sutura foi muito bem feita.

Hoje foi a primeira saída da Maria, aproveitámos para fazer uma série de coisas (ir à Segurança Social, marcar pediatra, etc) e devo dizer que o nosso bichinho de conta se portou muito bem.

E é assim… todo o tempo para a Maria (mamar, arrotar, fraldas, banho…) e pouco para as mamãs mas isto vai lá.

Não consigo como devem imaginar, responder aos vossos comments, como é meu hábito, dado o número (gente, nada me preparava para este boom – de onde raio saiu tanto comment!), por pura falta de tempo (aliás este post teve de ser escrito em 2 fases) mas quero agradecer a tod@s o vosso apoio, simpatia, carinho. Podia pôr-me com lirismos, mas neste momento a Maria começou a chorar com uma cólica, portanto termino este post com a melhor forma de vos agradecer: uma foto de quando chegou a casa e outra do nosso bichinho de conta no meu colo. Obrigada :)