2008/09/02
Lembro-me de sonhar vezes sem conta com a minha morte. De todos os sonhos que tive, há um ponto em comum. Havia sempre um lugar, onde eu estava guardada. Como um cabana fechada com um postigo. E as pessoas de quem eu gostava vinham falar comigo, para matar as saudades. Através do postigo. E eu tinha uma pena enorme de não poder sair dali com elas para outros sítios, mas resignava-me porque elas podiam vir-me visitar. Pergunto-me vezes sem conta onde está esse lugar. Onde está ela, e porque é que eu não a consigo visitar. Sinto-a perto, como se estivesse logo ali. Revejo- a em mim, no que sou, na minha aparência, nos meus gestos, no meu jeito. E é só. E não a consigo encontrar de maneira nenhuma. Não como encontrava o JL durante a anos a fins, em sonhos, a dizer-me que era mentira, que não tinha morrido coisa nenhuma, que apenas tinha viajado. Não entendo este mundo sem ela. Sinto-me como se estivesse numa sala de cinema, sozinha, a rever um filme muito familiar, como se quisesse memorizar cada deixa.
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