2008/10/20

Tenho que me pôr a pau. Tudo começou quando a rapariga nos via beijar ou dar abraços, ria-se com ar maroto. Até aqui tudo bem. Agora, se dou um beijinho à Lu e ela está por perto, puxa-me pelos cabelos como quem diz " larga a minha mãe". Já lhe expliquei que assim vamos ter problemas, mas acho que ela está convicta que o meu amor capilar vai suplantar o meu outro amor. E Deus sabe o quanto amo os meus cabelos, pobrezinhos que já vão sendo escassos.

Ciumeiras à parte, a maior parte do nosso fim de tarde é passado no chão enquanto a piolhinha gatinha de um lado para outro, depois levanta-se agarrada ao sofá, depois deixa-se cair em cima das fraldas, gatinha mais um bocado, trepa por mim a cima enquanto agita um brinquedo perigosamente perto dos meus óculos. Cansadas? Ainda não viram nada. E de repente manda-nos um daqueles sorrisos que me dá vontade de a apertar até não poder mais e pronto, baterias carregadas.

É esse mesmo sorriso que me empurra o dia inteiro, até chegar ao pé dele à tardinha.

No infantário, uma das educadoras disse que trabalha ali desde o inicio e que nunca viu um bebé como a Maria. Em desenvolvimento físico, mental... está sempre um passo à frente dos outros da idade dela, e de alguns mais velhos também. Conquista todos, até os da sala dos crescidos que geralmente não ligam aos bebés. Um deles depressa descobriu que quando ele fazia determinada coisa, ela ria-se às gargalhadas e começou a fazê-lo repetidamente para deleite da Maria.

Está com 8.600kg e 71cm. O cabelo apesar de pequeno está a começar a crescer. Aconteça o que acontecer não perde o apetite. Adora sopa, fruta também. O pior é a papa, mas do mal menor, come sempre uma quantidade bastante razoável.

No fim de semana passado (não este, mas o anterior), teve febres altas. 39,6- 39,8ºC. Demos-lhe o Brufen e Ben-u-ron, banhos mornos periódicamente para baixar a febre e aguardamos pacientemente o fim de semana, vigiando atentamente, para que não fossemos chamadas de mães histéricas na urgência pediátrica. 2ª feira passada, com menos febre, mas muito queixosa, lá fomos ao pediatra. Uma otite em cada ouvido. Antibiótico e já está. Melhorou quase instantaneamente. Durante todo o processo, só quando estava nos píncaros da febre é que perdia a boa disposição.

Está a conquistar o resto da casa, pois agora já tem mobilidade, para infortúnio dos gatos, que muito agradeceriam em manterem-se afastados dela. Não que ela lhes faça grande mossa. Apenas uma vez se entusiasmou com o rabo do Capuccino o que lhe valeu uma bifada ao de leve no braço. De resto a maior parte das vezes limita-se a falar com eles, muito entusiasmada, dando pequenos gritos de excitação, e quando se sente audaz passa os dedos ao de leve pelo pêlo e ri-se de satisfação.

E nada, mas nada do que estou para aqui a dizer consegue transmitir a magia que é tê-la nas nossas vidas. Talvez seja falta de prática, talvez seja do avançado da hora. Pode ser que da próxima saia melhor.

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