2ª feira regresso com a resignação positiva (se é que isso existe) do vamos lá kick ass. E depois... depois começam os telefonemas do patrão. A prepotência, as ameaças veladas (não direccionadas a mim, ele já não se atreve, dirige-as a outros mas de uma forma que se eu quiser enfiar a carapuça, ela também me serve), o "you MUST" para todos os impossíveis que lhe apetece, a eterna sensação que sendo uma pessoa que faz acontecer o impossível, nunca será o suficiente, o trabalho nunca ficará bem feito e quando fica, é como um boomerang bem atirado, ao qual voltei as costas após o lançamento e no seu regresso atinge-me em plena nuca. Viver com uma ansiedade permanente, sem ter a sensação de missão cumprida. Diz-me a minha Rute para encarar as coisas de outra forma "pense que conseguiu e regozije-se por isso!" Posso ser turra e resistente a este pensamento positivo, mas não consigo... estou sempre na retranca. Tenho vindo a ficar dormente, algo indiferente, apenas reajo sob pressão, os sonhos vão pelo cano, já não sei sequer o que quero fazer, tenho falta de perspectivas, deixei de acreditar que aqui mude alguma coisa e o pior é que à conta da crise que se sente, deixei de acreditar nos meus sonhos.
E no final do dia, eu é que sou o bacon, estou a ser fatiada devagarinho, mas regresso a casa e esqueço tudo, jantar para fazer, histórias da Maria, amor da Lu, gatos, casa confortável, carro novo em perspectiva... e bacon com ovos é muito bom.