Não que continue com a conjuntivite, não. Mas calhando a conjuntivite afectou-me qualquer coisa nos pirolitos que isto não tem andado muito católico. Muito trabalho, chegar tarde a casa, tratar do jantar, do banho da criança, sentar por uns minutos para jantar em família, para logo de seguida pôr a Maria a dormir e voltar para a cozinha, para a tábua de passar a ferro e deitar à meia noite ou uma da manhã. E um cansaço, uma desmotivação, uma revolta, capacidade apenas de ver as nuvens sem imaginar o sol glorioso que se esconde atrás delas. Já passou. Parece-nos agora que andava bruxedo no ar, andava tudo desorientado.
Mas após a tempestade, vem a Bonanza, aquela série de quando éramos pequenitos com o Little John e o seu cavalo malhado.
A Maria cresce, cresce... pede "Aga" ou "Á_gua" quando se concentra mais, papa, gá (gato), aou-aou (ladra), iau (mia), cácá (patos e todos os amigos de penas, incluindo os periquitos da tia Electroesteta), esconde-se atrás da cortina da cozinha, espreita e diz "Ouá, Ouá" (olá) à espera que nós respondemos. Rouba-nos os sapatos (cacs= sapatos). Diz "Mamamama" apenas nas horas de aflição, porque nas outras quando lhe pedimos "Diz mamã" olha-nos com ar de gozo "deves querer" e vira a cara a rir-se. Dá-nos beijos quando lhe apetece, mas quando é, é para as duas. À noite e hora de ir para o infantário, dá o beijo e começa acenar como quem diz "agora tenho que ir, adeus". Fica com o nariz a escorrer ranho, mas não se importa... vem ter connosco e se não temos um lenço a postos esfrega-se nas nossas pernas, barriga, ombro, braço... o que estiver à mão ou então esfrega compulsivamente o nariz com a sua mão e manga até o ranho deixar de lhe fazer impressão e começar a fazer-nos impressão. Enrola o cabelo para dormir (tem a quem sair). Faz birras de rebolar no chão enquanto fingimos que não reparamos. Ou vai a correr à procura da Lu quando eu me zango com ela, para ir fazer queixinhas. É levada da breca.
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