2011/02/17

Não é uma retroescavadora . É um abre-valas.

Hoje, nos meros 15 min que demoro a chegar ao trabalho apercebi-me do quão perto estive para cair no karma da minha irmã. O facilitismo que reside em afundar-me numa lamuria do que não foi, dos dramalhões familiares, do trabalho e patrão que não gosto, dos projectos que não tenho como/coragem-para executar, da difícil relação com os outros estava a levar-me para águas turvas e é bem sabido que em águas turvas, pouco se vislumbra. Felizmente em pleno Inverno, no meio de granizo, vento e saraivada, o sol brilha em nós e sinto em todas as minhas células que SOU. Sou feliz, realizada, amada, amante, mãe. Ainda que o berço me tenha ensinado que não deveria vangloriar-me de estar bem na vida, isso não se faz, o que fica bem é dizer "cá vamos indo" ao ponto de sentir CULPA (!) das metas emocionais ou financeiras, estou a lutar para me libertar, para me desformatar.

Vivo no aqui e agora. Quero estar presente para quem me ama, para quem me tem por companheira, quem precisa de mim para crescer . O tempo passa demasiado rápido e não quero olhar um dia para trás e ver que estive embrenhada em "ses" e "porquês" e não estive lá para elas. A Lu e a Maria merecem melhor. Eu mereço melhor.

E o trabalhão que isto dá, hein? É como andar na corda bamba. Em Outubro o que suei para dizer ao meu pai que tinha comprado um carro novo. Quase que lhe pedi desculpa!

1 comentário:

cegonhagarajau disse...

Como te percebo!
Claro que não tenho o mesmo contexto que tu, não existe uma "Maria" que faz toda a diferença.
Mas percebo a insatisfação, percebo o querer mais, abominar o estagnar, procurar dar tudo aos nossos e ainda por cima sentir culpa.
Percebo o sempre nos sentirmos criancinhas ao pé dos pais apesar dos cabelos brancos que tb já temos.
Relaxar e ser simplesmente feliz é de facto difícil.
Abraço