2007/05/11

Para ler com muito A(hu)mor

A propósito deste post da Serotonina, andava cá a bailar na mioleira umas palavrinhas. Vimos recentemente o filme Golfish Memory, cortesia do empréstimo da Serotonina, videoteca de serviço. Para quem não sabe, é um filme da temática lgbt, mas muito mais que isso, é acerca das relações amorosas para qualquer tipo de casal (homo ou hetero). Assim, a moral da história não é que a avozinha não gosta de iogurtes, mas sim que as pessoas têm muitas vezes o seu coração despedaçado por amor, e que afirmam categoricamente que a partir de agora “I don’t do relationships”. A origem etimológica da palavra “relationships” vem do anglo-saxónico “relation” = relações, e “ships” = barco, navio. Ora, estamos portanto a falar do Barco do Amor. Parem lá com a cantoria que não é nada disso que quero dizer. Quero dizer com isso Serotonina, e demais marujas de água doce, que vocês são completamente incoerentes, vós… vis e pérfidas que auto-intitulam marinheiras.

Voltando ao filme referido, ao longo do mesmo só se veio a provar um ponto: não se pode dizer que desta água não beberei, nunca… mas mesmo nunca. O playboy inveterado acaba por apaixonar-se, e todas as personagens que afirmam que dali em diante, em vez de querer saber de mulheres/homens vão mas é arranjar um puppy (cachorro) acabam mas é por arranjar um puppy love que é outra coisa muito diferente e bem melhor (não desfazendo no cachorro). Ou seja, nós humanos realmente temos uma memória de peixinho de aquário no que toca ao Amor. Quando nos despedaçam o coração (ou quando nós próprios despedaçamos o nosso próprio coração) juramos que nunca mais iremos apaixonarmo-nos, mas na realidade isso apenas é verdade até ao momento em que efectivamente voltamo-nos a apaixonar por outra pessoa. O Amor torna-nos deliciosamente senis. Por isto reformulem lá essa frase da seguinte forma: “I don’t do relationships,… until I do”.

PS- Goldfish memory ou memoria de peixinho de aquário: segundo um estudo, boato, mito urbano or whatever, diz-se que os peixinhos de aquário (aqueles laranjinhas) têm memória de apenas 20 segundos.

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