2008/11/28
Gente rica é outra coisa...
2008/11/27
2008/11/26
2008/11/24
Sweet Child of Mine
E a Maria começa a bater palmas às primeiras estrofes do Axel Rose! Oh yeah baby! Muito adequado, don't you think?
Já tem 2 dentinhos (que ainda não consegui fotografar), já anda agarrada às coisas e pelas nossas mãos. Já se levanta e fica de pé, paradinha a bater palminhas. Aliás é gracinha que faz agora por tudo e por nada. Este fim de semana começou a fazer ensaios para começar a andar sozinha: dava 2/3 passinhos e atirava-se para o que está à sua frente (nós ou o sofá).
Esta manhã a Lu ao vesti-la estava nas brincadeiras do costume, "Vá Maria, um abracinho..." e a Maria não se fez rogada e joga-se de braços abertos ao pescoço da Lu. A Lu chamou-me para ir ver e tive direito a abracinhos também. Daqueles bem gostosos!
Faltam os beijinhos. Já dá é cá umas dentadinhas...
A semana que passou foi um bocado difícil para nós. Andamos para lá de cansadas, desgastadas até ao tutano. Foi preciso chegar aos 33 para saber o que é realmente ser crescida. Esta crise que anda na boca de todos - e principalmente nas carteiras - não ajuda nem um bocado, mais que não seja... na moral.
A Maria também tem os seus problemas, agora está a crescer dentes à força toda e anda ranziza. Já começou a fazer birras quando não se quer sentar na cadeira, daquelas de ficar tipo tábua empranchada que ninguém verga.
Foi numa destas birras que nos pregou um susto valente. Entendeu que não queria ficar deitada no muda fraldas e prendeu um choro daqueles que não sai som nem entra ar, os lábios roxos. Às tantas ficou parada e revirou os olhos para trás. Ficámos geladas a olhar para ela por segundos que me pareceram uma eternidade. Apressei-me para pegar nela, virá-la sobre os meus braços e dei-lhe duas palmadas entre as omoplatas para a obrigar a respirar. Rebentou num choro, passei-a à Lu para a consolar, ainda atónita com o que estava a acontecer. Consolámos a Maria que me olhava com mágoa, como quem diz "és má, deste-me tau-tau". Não conseguimos fazer nada mais nessa noite, parece que todas as nossas energias e alegrias nos tinham sido sugadas.
No dia seguinte telefonámos ao pediatra, que disse para não nos assustarmos, que era normal, algumas crianças faziam o que ele apelidou de "espasmos de choro", e que era algo que ocorria dos 9 meses até aos 5 anos. Que para já era acidentalmente, mas que se ela visse que quando acontecia isso, nós depois cedíamos, que ia começar a fazer isso conscientemente quando quisesse levar a vontade dela avante.
Entretanto "culpámos" o infantário pelo cansaço que a Maria traz para casa e lutámos para que as educadoras se empenhassem em pôr a Maria a dormir a sesta à tarde. Com alguma argumentação lá conseguimos levar a água ao nosso moinho. Espero que isso ajude.
Já teve na sexta-feira passada outro episódio destes, mas fizemos como aconselhado pelo pediatra: assim que a reanimamos e consolámos, voltou ao mesmo ponto onde começou a birra. É difícil ser impiedosa com a Maria, quando tudo o que me apetece é adormecer com ela nos meus braços e esquecer o mundo, mas é algo que tem mesmo de ser, para bem de todas.
Noutro dia estavam a ver a Branca de Neve ao fim da tarde. A Lu ao aproximar-se da sala onde a criançada estava, só ouvia duas coisas: a banda sonora da Branca de Neve, e as educadoras a dizerem "Dança Maria, dança!!!". Ao entrar na sala, estavam todas as crianças nas espreguiçadeias atónitas a olhar para a televisão, e a Maria a dois palmos da televisão a abanar o rabiosque.
E depois admiram-se que a rapariga não dorme a siesta!!!
Resumindo, a nossa filha é uma Pop Star.
2008/11/20
A minha é maior que a tua
Antes de vir almoçar, estive com o filhote da minha colega (a tal que já falei abaixo). E pela primeira vez peguei nele. E tive um baque. Credo,... que levezinho! Pois o rapaz tem um mês e 3,700kg, peso que a Maria nunca teve (nasceu com 3,970kg).
E é sempre assim, quando encontramos bebés dos outros, geralmente pequeninos, dá-me assim um orgulho do tamanho da minha rapariga e olho para os outros com um "pff... fracote". O que realmente não é necessariamente motivo de orgulho, pois se ela fosse pequenina como os outros, teria saído pelo buraquinho como planeado.
E penso "Meu Deus... isto daqui para a frente vai piorar. Vou sempre gabar-me por alguma coisa da Maria Carolina!" Espero não chegar ao ponto de fazer como a família da Lu lhe fazia: levantar as saias para mostrar a bela da pernoca e provar que a rapariga estava bem nutrida!
2008/11/19
Questões de prêt à porter
2008/10/29
9 meses
2008/10/24
Hoje foi um dia fodido
Posso dizer que se há situação pela qual eu nunca pensei que fosse passar, esta foi uma delas.
Esta gaja que vos escreve, tinha na empresa uma colega que tardiamente descobri que estava grávida. A minha Maria já tinha nascido, portanto depressa começámos a ter os tópicos "bebés" e "gravidez" em comum. Ela é estrangeira, casada com um português, já tinha um filho com 18 meses e inesperadamente engravidou por segunda vez. Para se tornar mais fácil vamos dar nomes fictícios para que não se percam na história. Apresento-vos a minha colega Stephanie Fonseca, casada com o João. Até aqui tudo bem, certo?
Esta gaja que vos escreve, teve em Julho, no final do ano lectivo, uma reunião de pais no infantário, para resumir o ano lectivo que findava e receber uma previsão para o próximo ano lectivo, regras do infantário, entrega de prendinhas feitas pelos filhotes, etc. Eu e a Lu fomos a essa reunião. Já bem a meio da reunião entra porta adentro a Stephanie e o seu barrigão. Foi uma histeria total de ambas as partes com esta coincidência, pois não sabíamos que ambas tinhamos os miúdos no mesmo infantário. Logo ali conheci o Tiago Fonseca, o seu filho de 18 meses, um puto lindo, simpático e muito gentleman. Disse-lhe logo, "Olha lá, o teu filho é um borracho,... ele tem a minha permissão para namorar a Maria."
Dali para a frente foi um "comadre" para cá, "comadre" para lá em todas as situações. E cada vez conversávamos mais sobre todos estes temas que tinhamos em comum. O Tiago por seu turno, até parece que sabia desta conversa, pois assim que via a Lu a chegar ao infantário sorria-lhe logo, ia-a buscar pela mão, levava-a à "Ma-ía" (como ele diz) , vá de beijos na "Ma-ía", uma ternura. No trabalho eu picava a Stephanie dizendo-lhe que o Tiago andava a dar graxa à sogra, e riamo-nos um bom bocado à conta disto.
Recentemente, chegou a altura do seu segundo filhote, o Pedro Fonseca, nascer. Ficou logo combinado que iriamos visitá-la a casa, juntamente com uma outra colega nossa que sabia onde ela morava. Assim foi, e hoje foi o dia da visita.
Esta gaja que vos escreve, sai do elevador atrás da Lu, que leva a Maria ao colo, e vê a porta do apartamento entreaberta, a Stephanie vir com o Pedro ao colo e por detrás da Stephanie... o pai do Tiago e do Pedro...
Gostaria de ser realizadora de cinema, por a cena que se passou era digna de um filme. Só não consigo decidir se foi uma comédia, um drama, ou o camandro...
O pai do Tiago e do Pedro, o João Fonseca (pausa para me açoitar: burra, burra, burra comé que nunca te caíu a ficha ao ouvires este nome, sua idiota!) estava pregado ao chão, agarrado à porta da sala como se ela fosse uma prancha no Atlântico e ele tivesse saltado do Titanic, e com um sorriso que devia ser tão amarelo com o meu.
Esta gaja que vos escreve, sentiu o sangue descer para as unhas dos pés, o sorriso ficou - vá lá, todas em coro- amarelo, e de repente parece que estava numa montanha russa de pensamentos e recordações.
Pensamentos: "Oh meu Deus, isto não me está a acontecer!!!!!!!!!!!!!!!!!!" (Repetir 100 vezes esta frase, pois foi a única que passou pela cabeça, em repeat mode)
Recordações: muitas que não posso dizer aqui, e de um carro com os vidros todos embaciados.
Fase seguinte: "Oh meu Deus, isto não me está a acontecer!" (sim outra vez) "Oh meu Deus, a Stephanie... o Tiago, o Pedro, a Lu, a Maria... a CUSCA da minha outra colega do trabalho que está a assistir a esta cena macaca"
E finalmente ao fim do que me pareceu uma eternidade, mas que efectivamente fora apenas segundos, saiu-me um "Bem, por esta é que eu não esperava... eu sabia que já eramos da familia, mas nunca pensei que isto estivesse TÃO em familia!!!"
E a Stephanie ali, sem se aperceber de nada, provavelmente pensou que eu estivesse pouco à vontade por lhe estar a entrar em casa, e a Lu que só pensava "a Nina está bués esquisita". E vai de lá o João "alguém quer um cafézinho, uma água... não? Então e uns pasteis de nata?" ao que eu respondo "se nesta casa faltasse pasteis de nata é que era de admirar!" e vai de lá a Stephanie "ai sim, têm que comer uns pasteis de nata, que o pai do João é pasteleiro" e vai de lá eu "sim Stephanie, eu sei... eu e o João já nos conhecemos." e ela "Hã??? -pausa, olha para ele e para mim- mau... vocês conhecem-se?" e vai de lá eu componho o ramalhete... "sim, nós fomos colegas do ciclo e liceu". E após este momento não me perguntem qual foi a reacção dela e dele, nem da Lu nem da minha colega. Foi como aquele vazio mental após o rebentar de uma bomba.
O resto do tempo (sim, porque consegui aguentar 1 hora lá), agi com toda a naturalidade que me era possível, até porque eu tinha a Maria a gatinhar por todo o lado e ele o Tiago sempre a rabiar de um lado para o outro, o que sempre ajuda a disfarçar a coisa.
Esta gaja que vos escreve, teve apenas um namorado a sério e 2 curtes. O namorado a sério, que durou apenas 3 meses, era o João Fonseca, cujo pai era pasteleiro, e foi colega de turma no ciclo, colega de liceu e no meu 3º Ano de universidade reencontrei uma noite, com uma barba mal feita que achei interessante e foi, digamos... o meu tira teimas. A coisa não funcionou, acabámos de comum acordo, e quando voltava-lhe as costas após terminarmos só uma coisa me passava pela cabeça: "Graças a Deus, agora tenho mais tempo para passar com a Lu". Foi há 11, quase 12 anos atrás.
PS1- Estrunfina, acho que como esta... nem tu tens, mulher!
PS2- Uma medalha para a Lu, que estava careca de conhecer o João das fotos que tive, que via todos os dias os João no infantário a ir buscar o puto, a quem eu lhe perguntei como era o marido da Stephanie ao que respondeu "é um bocado para o xoninhas", que entrou na casa da Stephanie e só ao entrarem os pasteis de nata na sala é que tudo se ligou naquela cabecinha de avelã "pera lá... João, pai pasteleiro... esta cara não me é estranha... AI MÃE!"
PS3- Dava tudo para ser uma mosquinha dentro do cérebro daquele gajo, para assistir ao curto circuito que lhe deu lá dentro... e para assistir ao estabelecimento das ligações nervosas novamente "Ahhhh, por isso é que não funcionava!"
PS4- Gaja que é gaja gosta, independentemente do resto, de olhar para o ex e pensar: "fodasse! Eu estou muito melhor que ele!"
2008/10/20
Ciumeiras à parte, a maior parte do nosso fim de tarde é passado no chão enquanto a piolhinha gatinha de um lado para outro, depois levanta-se agarrada ao sofá, depois deixa-se cair em cima das fraldas, gatinha mais um bocado, trepa por mim a cima enquanto agita um brinquedo perigosamente perto dos meus óculos. Cansadas? Ainda não viram nada. E de repente manda-nos um daqueles sorrisos que me dá vontade de a apertar até não poder mais e pronto, baterias carregadas.
É esse mesmo sorriso que me empurra o dia inteiro, até chegar ao pé dele à tardinha.
No infantário, uma das educadoras disse que trabalha ali desde o inicio e que nunca viu um bebé como a Maria. Em desenvolvimento físico, mental... está sempre um passo à frente dos outros da idade dela, e de alguns mais velhos também. Conquista todos, até os da sala dos crescidos que geralmente não ligam aos bebés. Um deles depressa descobriu que quando ele fazia determinada coisa, ela ria-se às gargalhadas e começou a fazê-lo repetidamente para deleite da Maria.
Está com 8.600kg e 71cm. O cabelo apesar de pequeno está a começar a crescer. Aconteça o que acontecer não perde o apetite. Adora sopa, fruta também. O pior é a papa, mas do mal menor, come sempre uma quantidade bastante razoável.
No fim de semana passado (não este, mas o anterior), teve febres altas. 39,6- 39,8ºC. Demos-lhe o Brufen e Ben-u-ron, banhos mornos periódicamente para baixar a febre e aguardamos pacientemente o fim de semana, vigiando atentamente, para que não fossemos chamadas de mães histéricas na urgência pediátrica. 2ª feira passada, com menos febre, mas muito queixosa, lá fomos ao pediatra. Uma otite em cada ouvido. Antibiótico e já está. Melhorou quase instantaneamente. Durante todo o processo, só quando estava nos píncaros da febre é que perdia a boa disposição.
Está a conquistar o resto da casa, pois agora já tem mobilidade, para infortúnio dos gatos, que muito agradeceriam em manterem-se afastados dela. Não que ela lhes faça grande mossa. Apenas uma vez se entusiasmou com o rabo do Capuccino o que lhe valeu uma bifada ao de leve no braço. De resto a maior parte das vezes limita-se a falar com eles, muito entusiasmada, dando pequenos gritos de excitação, e quando se sente audaz passa os dedos ao de leve pelo pêlo e ri-se de satisfação.
E nada, mas nada do que estou para aqui a dizer consegue transmitir a magia que é tê-la nas nossas vidas. Talvez seja falta de prática, talvez seja do avançado da hora. Pode ser que da próxima saia melhor.
2008/09/30
Frustração
Adenda- e pelos vistos não sou a única a pensar assim.
2008/09/29
No entanto outra amiga (obrigada Ziza) enviou-me o link para a reportagem da RTP1 sobre homoparentalidade. Achei toda a reportagem muito positiva, particularmente o testemunho da Fabíola Cardoso e da psicóloga Gabriela Moita.
Aqui fica para quem não viu.
------------------------------------------------------------------
Hoje a Maria faz 8 meses. Já gatinha, já se agarra às coisas e põe-se de pé. E outras tantas coisas que tenho para contar, mas que não consigo arranjar tempo.