"Há pessoas que não querem ter relações, nem sequer sexo ocasional. Há pessoas que querem sobretudo este último. Há pessoas que querem ir mudando de relações consoante o apaixonamento. Há misturas disto tudo e transformações ao longo da vida e em virtude das circunstâncias. Mas depois há as pessoas que querem uma relação longa, próxima da noção da sua própria existência e biografia, uma relação onde a paixão se renova ou é substituída por coisas desconhecidas que se descobrem com o tempo; uma relação em que a profundidade da cumplicidade, da intimidade e do companheirismo se colam como uma segunda pele e não sufocam, pelo contrário. Os primeiros casos raramente se desiludem - os seus desígnios são fáceis de cumprir. Só no último caso é que qualquer coisa como a dimensão intensa e dramática da vida se revela: quem consegue apercebe-se disso quando já o conseguiu, quem não o consegue apercebe-se disso quando é tarde demais - um comboio que se perdeu, ou um comboio cujo horário foi inadvertidamente alterado do Verão para o Inverno."
O melhor texto que li sobre relações. Obrigada MVA!
1 comentário:
Muito bom, mesmo. Concordo plenamente....
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