2009/01/29
Parabéns meus Amores
Há um ano atrás, a esta hora estava sozinha com a Maria no quarto do hospital. Quando cheguei à hora da visita, encontrei a Lu naquela melancolia que quem já teve um bebé conhece bem e disse-lhe que fosse tomar o banhito dela, que se animasse que eu ficava a tomar conta da Maria. É daquelas coisas... ali estava ela, a bebé dos nossos sonhos e junto com a alegria veio o medo do futuro, de não se ser capaz. Dizem que faz parte, só nos dá vontade de chorar quando todo o resto do mundo rejubila de alegria pelo nascimento de uma criança.
Ontem à noite passamos as 00:06 h as três sentadas com a Maria no colo a mamar um biberón e a fazer uns aerossois porque anda um pouco ranhosa. E é incrível que se tenha passado um ano, é incrível que num ano apenas ela já ande atrás de nós pela casa, a ajudar a arrumar as compras mais pequenas, a salpicar-nos enquanto lhe damos banho, a dar guinchos de alegria quando consegue tocar ao de leve o pêlo dos gatos, a fazer birras de deitar no chão quando a contrariamos...
É um dia de PARABÉNS. Parabéns à Maria, mas acima de tudo parabéns à Lu porque foi uma valente, como em tudo na vida dela, mas no meio das dores ninguém dizia que ela estava a sofrer tanto.
Foi um ano agridoce amor, infelizmente a nossa alegria foi toldada por tudo o que se passou e não foi nada fácil pôr essas tristezas de parte para viver as alegrias. Sei que não terá sido justo para ti e para a Maria terem-me naquele estado. Mas vamos resistindo, aprendendo com as cabeçadas (espero). Nunca tive tanta a certeza de que o meu lugar é aqui, de que o futuro somos nós, e de que juntas vamos conseguir ultrapassar tudo.
Obrigada pela nossa filha, pelo teu apoio, coragem e amor. É só disso que eu preciso.
2009/01/26
Mão na massa
Hoje foi o primeiro dia em que a Maria comeu com as próprias mãos. Costumamos dizer que ela é uma boca santa, porque aceita toda a comida. Pois acho que hoje podemos dizer sem exagero que também é uma bochecha santa, um nariz santo, uns olhos santos, uma barriga santa e acho mesmo que até santificou o chão à roda da cadeira de comer. Mastigou alguma coisa, cuspiu muita coisa e engoliu muito pouco.
Cum catano! Acho que em breve vou ter que tomar uma decisão crucial para a minha vida: pintar ou não pintar o cabelo. Eu sou uma mocita ao naturel*, e sempre adorei os cabelos brancos da minha mãe. Aliás eu sempre a conheci de cabelo grisalho (um grisalho lindo por sinal) e por último branco cor da neve.
Mas isto de ter meia dúzia de cabelos brancos espalhados pela cabeleira, sendo que os ditos são mais grossos que os castanhos e que não são encaracolados como os outros é algo... chato. Porque os gajos espetam! Vai na volta ainda vazam uma vista.
*Sou tão ao naturel que este fim de semana a esteticista perguntou-me "Não quer arranjar as sobrancelhas?" ao que eu lhe respondi "Não, é como se fosse uma imagem de marca". Isso mesmo, considerem-me a Brooke Shields na fase Lagoa Azul.
Mas isto de ter meia dúzia de cabelos brancos espalhados pela cabeleira, sendo que os ditos são mais grossos que os castanhos e que não são encaracolados como os outros é algo... chato. Porque os gajos espetam! Vai na volta ainda vazam uma vista.
*Sou tão ao naturel que este fim de semana a esteticista perguntou-me "Não quer arranjar as sobrancelhas?" ao que eu lhe respondi "Não, é como se fosse uma imagem de marca". Isso mesmo, considerem-me a Brooke Shields na fase Lagoa Azul.
PS- Este post deveria ter sido postado às 14:30h não fosse o meu patrão ter achado por bem termos uma reunião de "vamos lá engolir um batráquio" Yamiiii
2009/01/22
Moussaka da caca
Ontem deu-me uma coisinha má certamente, pois decidi complicar o que se afigurava como um noite calma e tranquila. Há muito que queria experimentar fazer Moussaka de lentilhas, e como foi dia de supermercado, lá comprei o que não é muito vulgar ter em casa: beringela. A receita mandava usar lentilhas vermelhas, mas pensei "ainda tenho um restinho de lentilhas normais, portanto deve dar..."
Resumindo uma história longa:
- Decepei a cabeça do polegar esquerdo a picar a cebola;
- As lentilhas que demorariam 20min se fossem das vermelhas, demoraram 1h 1/2 a cozer e mesmo assim ficaram duras que nem cornos;
- Fomos jantar às 23h, já mortas de fome.
- Ficamos com um pirex (para ficar chique deveria chamar tabuleiro refractário) todo bedungado para lavar, mais uma carrada de panelas.
Ponto positivo, estava saboroso o tempero. É portanto uma receita a repetir, com as devidas correcções e com mais atenção aos dedos.
Resumindo uma história longa:
- Decepei a cabeça do polegar esquerdo a picar a cebola;
- As lentilhas que demorariam 20min se fossem das vermelhas, demoraram 1h 1/2 a cozer e mesmo assim ficaram duras que nem cornos;
- Fomos jantar às 23h, já mortas de fome.
- Ficamos com um pirex (para ficar chique deveria chamar tabuleiro refractário) todo bedungado para lavar, mais uma carrada de panelas.
Ponto positivo, estava saboroso o tempero. É portanto uma receita a repetir, com as devidas correcções e com mais atenção aos dedos.
2009/01/21
Xou esquizofrenia!
Ok, nada como um almoço volante (volante do carro que foi em andamento) e tirar mais uma coisa da minha check list para encarar a tarde com um bocadinho de positivismo.
Como é que eu que ia andar no campo a apanhar sol, sujar as mãos, ganhar calos, etc me tornei numa burocrata???
Como é que eu que ia andar no campo a apanhar sol, sujar as mãos, ganhar calos, etc me tornei numa burocrata???
2009/01/20
O fim de semana foi muito caseirinho, ou não estivesse a Maria e a mamã Lu doentitas. No entanto a piolhinha apenas perde a pica quando a febre vai acima dos 39. Anda pela casa atrás de nós, já foi apresentada ao frigorifico e aos imans e é o passatempo favorito dela enquanto cozinhamos. Isso e andar agarrada a uma das laranjas que a Tia N deu num cesto todo bonito e que está ao alcance dela. É vê-la agarrada à laranja estilo boneca, e pregar-lhe umas roedelas na casa (laranja caseirinha sem quimicos, tá?). No domingo demos com ela a tentar colar uma boneca no frigorifico. Já percebeu que há ali qualquer coisa que faz as coisa agarrarem, mas pelos vistos pensa que é o frigorifico que tem propriedades magnéticas.
De resto anda um pouco rabujenta, mas pelo que percebe é natural nesta fase, em que está a aprender a dominar a técnica do andar. Qualquer contrariedade e é um rio de lágrimas. E os encontros imediatos que tem com os móveis, chão e demais mobiliário não ajudam também. Nós lá tentamos levar a coisa com serenidade, que a última coisa que queremos é que ela aprenda que consegue tudo através do choro.
Eu estou a tentar instalar memória no meu disco, não do pc, mas no meu disco craniano que isto está um bocado bera. E estou a desenvolver uns projectos caseiros para que o pouco tempo livre que tenho não seja só dormir no sofá ou vegetar em frente à televisão. Mais tarde contarei.
De resto anda um pouco rabujenta, mas pelo que percebe é natural nesta fase, em que está a aprender a dominar a técnica do andar. Qualquer contrariedade e é um rio de lágrimas. E os encontros imediatos que tem com os móveis, chão e demais mobiliário não ajudam também. Nós lá tentamos levar a coisa com serenidade, que a última coisa que queremos é que ela aprenda que consegue tudo através do choro.
Eu estou a tentar instalar memória no meu disco, não do pc, mas no meu disco craniano que isto está um bocado bera. E estou a desenvolver uns projectos caseiros para que o pouco tempo livre que tenho não seja só dormir no sofá ou vegetar em frente à televisão. Mais tarde contarei.
2009/01/19
2009/01/17
O Natal
Sempre pensei que no primeiro Natal a Maria estivesse a leste do paraíso. Afinal, que é isso embrulhos, papel e fita para uma menina de 10 meses, quase 11 meses? Certo?... Errado, nada mais errado. A rapariga curtiu o Natal à brava. Só lhe faltou comer empanadilhas de batata doce (azevias para quem não sabe) feitas pela mamã Nina.
Nós dávamos uma ajudinha, mas era vê-la de indicador esticado a tentar furar e puxar o papel. E a seguir abria a boca num aaah de "que coisa tão gira!". Quer fossem umas cuecas (sim, que a Maria já recebe cuecas como gente grande) quer fosse um brinquedo. Houve um brinquedo que vinha preso à caixa por uma série de arames, e então tivemos que o tirar das mãos para remover primeiro os ditos. Foi uma choradeira, só se consolou quando lhe devolvemos o brinquedo.
Mal sabiamos nós, mas a Maria também tinha um presente reservado para nós no dia de Natal: começou a aventurar-se a andar de pessoa em pessoa. Até então tinha dado apenas uns passitos timidos.
O melhor do Natal para mim continua a ser o acordar. Na casa dos meus pais a tradição era abrir os presentes pela manhã e foi assim que o fizemos este ano. Há uma magia qualquer nessa manhã, e foi muito bom vivê-la a três, com a nossa bebé. Esse momento está emoldurado, gravado na minha cabeça para todo o sempre.
Nós dávamos uma ajudinha, mas era vê-la de indicador esticado a tentar furar e puxar o papel. E a seguir abria a boca num aaah de "que coisa tão gira!". Quer fossem umas cuecas (sim, que a Maria já recebe cuecas como gente grande) quer fosse um brinquedo. Houve um brinquedo que vinha preso à caixa por uma série de arames, e então tivemos que o tirar das mãos para remover primeiro os ditos. Foi uma choradeira, só se consolou quando lhe devolvemos o brinquedo.
Mal sabiamos nós, mas a Maria também tinha um presente reservado para nós no dia de Natal: começou a aventurar-se a andar de pessoa em pessoa. Até então tinha dado apenas uns passitos timidos.
O melhor do Natal para mim continua a ser o acordar. Na casa dos meus pais a tradição era abrir os presentes pela manhã e foi assim que o fizemos este ano. Há uma magia qualquer nessa manhã, e foi muito bom vivê-la a três, com a nossa bebé. Esse momento está emoldurado, gravado na minha cabeça para todo o sempre.
2009/01/16
O Tempo
Sento-me um pouco, televisão em silêncio. Sinto-me como naquelas cenas de filmes em que o actor está parado, enquanto tudo o resto se mexe à sua volta em fast foward. Os dias sucedem-se e eu não sei para onde vão. Para mim hoje é terça. Mas é sexta. E precisava que fosse terça, havia tanto que queria fazer e não consegui. Tem que haver um buraco qualquer para onde o tempo se escorre. Os prazos expiram e as coisas permanecem na minha lista de coisas a fazer. E não saem nunca de lá. As pessoas morrem e nascem à minha volta, e eu não tive tempo para estar com elas até ao fim nem estive lá para as receber. Pareço o Coelho Branco da Alice no País das Maravilhas, sempre a correr, sempre a correr, “É tarde! É tarde! É tarde até que arde! Ai, ai, meu Deus! Alô, adeus! É tarde, é tarde, é tarde!”...
Tudo quanto desejo para 2009 é Tempo.
Tudo quanto desejo para 2009 é Tempo.
Subscrever:
Mensagens (Atom)