Conforme tod@s já perceberam... ontem foi o dia da inseminaçao (perdoem-me mas nao consigo encontrar o til no raio do teclado). Passámos muito bem até chegar à porta da clinica. A partir daí aqui a je, pilha de nervos... entrou em modo zombie.
De resto tudo correu bem, aliás este é um processo muito simples... só para nós é que é um bicho de 7 cabeças! O médico foi diferente, mas gostámos muito dele. Novamente o médico perguntou-me se eu o queria ajudar e novamente eu lhe disse que era melhor ser o especialista a fazê-lo.... Novamente emocionei-me enquanto presenciava aquele momento mágico (mágico apenas nas nossas cabeças, pois de resto poderiamos estar ali a arranjar um dente ou a medir a tensao arterial, de tao banal que é para eles).
Saindo da clinica, hotel para descansar um pouco e depois percorrer as ruas de Barcelona. Passeig de Gràcia, Barri Gotic, Ramblas... sentir um pouco do pulso da cidade, de maos dadas :D. Eu continuava em modo zombie... e só voltei ao modo normal após tomar ao jantar uns bons copaços de Rioja.
A Lu está bem e recomenda-se, bem mais animada e calma que eu (Neva, já sei... tenho que estar tranquila, mas que queres, mujer...).
Agora resta-nos esperar e nao desesperar. Ommmmmmmmmmmm
2005/11/30
2005/11/27
...
2005/11/25
2005/11/23
Novembro: mês dos amigos
No meio de tanta rebaldaria que vai pela minha cabeça, salvou-me uma coisa (atrevo a dizer salvou-nos, baby): este mês foi um reboliço! Para tal contribuíram uma série de novos amigos recém conquistados na rede ex aequo (outr@s não tão recentes assim). You know who you are.
Fim de semana passado abalámos uns quantos bons rapazes e raparigas do Algarve expressamente para os Prémios Media e para a Assembleia Geral da ex aequo e last but not least... o jantar de convívio! Ora numa altura em que os meus (nossos atrevo-me outra vez, baby) fusíveis andam em permanente curto circuito, foi prodigioso estar com esta boa gente toda. @s companheir@s Algarvi@s são uns buddies e não dão tréguas à melancolia.
Assim, foi uma festa de viagem para cima [ok, eu comecei a desesperar às tantas por estarmos a demorar tanto tempo devido a termos ido pela nacional :p]. Foi uma animação the gathering e quando finalmente chegámos ao jantar, após assimilar aqueles abençoados hidratos de carbono, foi muito bom poder conhecer um pouco melhor o resto do pessoal. Noite fenomenal no Bairro Alto; noite quase até ser dia! O regresso, longe de nos deitar abaixo, deu-nos ânimo para entoar (maravilhosamente, devo acrescentar) umas canções oldies goldies. A minha favorita foi indubitavelmente a do mítico Dartacão!!!
No entanto, não contentes com isso, esta malta irrequieta que não consegue estar “sugada”, propôs-se a fazer uma esplendorosa demonstração de patinagem do gelo, aka *for me* tombos , malhos, espalhos. Assim ontem fizemos a festa no Forum Algarve.
Devo dizer que este ano estou melhor que o ano passado. Really. Consegui dar uma volta completa à pista sem cair. Equilibrei-me melhor apesar de tudo. Foi como voltar a praticar um desporto de equipa com os sucessivos conselhos e palavras de encorajamento. O que não prestou para nada foi no final ter caído mal. Assim, apesar de não ser nada de muito grave, acabei com o tornozelo lesionado.

No final disto, e após pôr mais uma dose de gelo, já prevendo a recuperação:
QUANDO VAMOS OUTRA VEZ??? :D
Fim de semana passado abalámos uns quantos bons rapazes e raparigas do Algarve expressamente para os Prémios Media e para a Assembleia Geral da ex aequo e last but not least... o jantar de convívio! Ora numa altura em que os meus (nossos atrevo-me outra vez, baby) fusíveis andam em permanente curto circuito, foi prodigioso estar com esta boa gente toda. @s companheir@s Algarvi@s são uns buddies e não dão tréguas à melancolia.
Assim, foi uma festa de viagem para cima [ok, eu comecei a desesperar às tantas por estarmos a demorar tanto tempo devido a termos ido pela nacional :p]. Foi uma animação the gathering e quando finalmente chegámos ao jantar, após assimilar aqueles abençoados hidratos de carbono, foi muito bom poder conhecer um pouco melhor o resto do pessoal. Noite fenomenal no Bairro Alto; noite quase até ser dia! O regresso, longe de nos deitar abaixo, deu-nos ânimo para entoar (maravilhosamente, devo acrescentar) umas canções oldies goldies. A minha favorita foi indubitavelmente a do mítico Dartacão!!!
No entanto, não contentes com isso, esta malta irrequieta que não consegue estar “sugada”, propôs-se a fazer uma esplendorosa demonstração de patinagem do gelo, aka *for me* tombos , malhos, espalhos. Assim ontem fizemos a festa no Forum Algarve.
Devo dizer que este ano estou melhor que o ano passado. Really. Consegui dar uma volta completa à pista sem cair. Equilibrei-me melhor apesar de tudo. Foi como voltar a praticar um desporto de equipa com os sucessivos conselhos e palavras de encorajamento. O que não prestou para nada foi no final ter caído mal. Assim, apesar de não ser nada de muito grave, acabei com o tornozelo lesionado.

No final disto, e após pôr mais uma dose de gelo, já prevendo a recuperação:
QUANDO VAMOS OUTRA VEZ??? :D
2005/11/21
Ansiedade
Tenho andado inquieta. Tudo o que me proponho a fazer fica a meio, mil e um posts vêem-me ao pensamento para morrerem logo ali na praia. Não consigo concentrar-me em nada, leio tudo na diagonal, abro as caixas de comentários para quase sempre as fechar logo de seguida sem dizer o que me propunha a dizer...
O coração parece que se amotinou e tão depressa bate descontroladamente como de seguida parece que parou abruptamente. O pensamento voa para longe, sempre para o pé do meu amor. Vivo o presente em tempo suspenso.
Sustenho a respiração, dou-te a mão e damos o pulo. Amo-te.
O coração parece que se amotinou e tão depressa bate descontroladamente como de seguida parece que parou abruptamente. O pensamento voa para longe, sempre para o pé do meu amor. Vivo o presente em tempo suspenso.
Sustenho a respiração, dou-te a mão e damos o pulo. Amo-te.
2005/11/17
my name is...
em japonês:
Antes Hojo do que nojo, livra!!!
Havaiano:
Confesso que não gostei. Akela? Desculpe mas eu tenho nome!!!
Irlandês:
A primeira parte parece um cão a ganir, mas de resto, O'Reilly sounds good.
Francês:
Antes Demi Allaire, que demi glacé...
Brasileira sexy (hum...):
Da familia daquela mecinha bonita de olhos verdes? Ou seriam azuis?
Anos 20:
Oh, obrigada, são seus olhos *nina blushing*
Pimba, bimba, pumba (este é o máximo):
Acabou-se o carcanhol!
Monstro:
Pickles??? Yeack!
Eu sabia que os meus santos e os padres não se cruzam, eheheheh...
Super Heroina (ai o meu canário...):
Não me dêem alpista, please! Alguém, achas que há espaço na gaiola da Pipoca e Sovaco para mim?
Banda larga:
Alguém me explica esta???
Não convencional:
No dicionário, Hoar é bolorento. Acham que é isto? *risos*
Your Japanese Name Is... |
![]() |
Antes Hojo do que nojo, livra!!!
Havaiano:
Your Hawaiian Name is: |
![]() |
Confesso que não gostei. Akela? Desculpe mas eu tenho nome!!!
Irlandês:
Your Irish Name Is... |
![]() |
A primeira parte parece um cão a ganir, mas de resto, O'Reilly sounds good.
Francês:
Your French Name is: |
![]() |
Antes Demi Allaire, que demi glacé...
Brasileira sexy (hum...):
Your Sexy Brazilian Name is: |
![]() |
Da familia daquela mecinha bonita de olhos verdes? Ou seriam azuis?
Anos 20:
Your 1920's Name is: |
![]() |
Oh, obrigada, são seus olhos *nina blushing*
Pimba, bimba, pumba (este é o máximo):
Your Pimp Name Is... |
![]() |
Acabou-se o carcanhol!
Monstro:
Your Monster Profile |
![]() Creepy Giant You Feast On: Pickles You Lurk Around In: Wal-mart You Especially Like to Torment: Priests |
Pickles??? Yeack!
Eu sabia que os meus santos e os padres não se cruzam, eheheheh...
Super Heroina (ai o meu canário...):
Your Superhero Profile |
![]() Your Superhero Name is The Super Canary Your Superpower is Cybernetics Your Weakness is Salt Your Weapon is Your Secret Decoder Hammer Your Mode of Transportation is Wings |
Não me dêem alpista, please! Alguém, achas que há espaço na gaiola da Pipoca e Sovaco para mim?
Banda larga:
Your Band Name is: |
![]() |
Alguém me explica esta???
Não convencional:
Your Outrageous Name is: |
![]() |
No dicionário, Hoar é bolorento. Acham que é isto? *risos*
2005/11/16
Construir um país
Precisa-se de matéria prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho - in Público de Anónimo
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito. Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros. Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem económica. Onde nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar a alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar-lhe o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta.
Como "matéria-prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA" congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte...
Fico triste. Porque, ainda que Sócrates fosse embora hoje mesmo, o próximo que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, e nem serve Sócrates, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa?Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados!É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a nos acontecer: desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.
E você, o que pensa?....MEDITE!
Esta crónica é como um acto de contrição. Também eu me sinto assim. Culpada. Porque muitas vezes sinto-me melhor que os outros “Ai eu não faço isso”. Pois não. Faço outras coisas. Igualmente imperdoáveis por apesar da suas pequenas dimensões perpetuarem este modo de pensar, viver.
A mudança começa por uma pessoa apenas. Uma de cada vez basta. Por cada um que muda, a mensagem passa, alastra-se e educa-se. Nisto como em tudo.
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito. Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros. Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem económica. Onde nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar a alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar-lhe o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta.
Como "matéria-prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA" congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte...
Fico triste. Porque, ainda que Sócrates fosse embora hoje mesmo, o próximo que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, e nem serve Sócrates, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa?Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados!É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a nos acontecer: desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.
E você, o que pensa?....MEDITE!
Esta crónica é como um acto de contrição. Também eu me sinto assim. Culpada. Porque muitas vezes sinto-me melhor que os outros “Ai eu não faço isso”. Pois não. Faço outras coisas. Igualmente imperdoáveis por apesar da suas pequenas dimensões perpetuarem este modo de pensar, viver.
A mudança começa por uma pessoa apenas. Uma de cada vez basta. Por cada um que muda, a mensagem passa, alastra-se e educa-se. Nisto como em tudo.
2005/11/09
Sembrar patatas
Un viejo hombre árabe musulmán irakí afincado en EE.UU (Chicago) desde hace más de 40 años, quiere plantar patatas en su jardín, pero arar la tierra es un trabajo muy pesado para él.
Su único hijo, Ahmed, está estudiando en Francia. El hombre viejo le manda un mail a su hijo explicándole el problema:
"Querido Ahmed: Me siento mal porque no voy a poder plantar mi jardín con patatas este año. Estoy muy viejo para arar la tierra. Si tú estuvieras aquí, todos mis problemas desaparecerían. Sé que tú levantarías y removerías toda la tierra por mí. Te quiere papá."
Pocos días después recibe un mail de su hijo:
"Querido padre: Por todo lo que más quieras, no toques la tierra de ese jardín. Ahí es donde tengo escondido aquello. Te quiere Ahmed."
A las 4 de la madrugada siguiente aparece la policía local, agentes del FBI, de la CIA, los S.W.A.T, los RANGERS, los MARINES, Steven Seagal, Silvester Stallone y alguno más de élite y representantes del Pentágono que remueven toda la tierra del jardín buscando materiales para construir bombas, ántrax... lo que sea.
No encuentran nada y se van.
Ese mismo día, el hombre recibe otro mail de su hijo:
"Querido padre: Seguramente la tierra ya estará lista para plantar las patatas. Es lo mejor que pude hacer dadas la circunstancias. Te quiere Ahmed."
Su único hijo, Ahmed, está estudiando en Francia. El hombre viejo le manda un mail a su hijo explicándole el problema:
"Querido Ahmed: Me siento mal porque no voy a poder plantar mi jardín con patatas este año. Estoy muy viejo para arar la tierra. Si tú estuvieras aquí, todos mis problemas desaparecerían. Sé que tú levantarías y removerías toda la tierra por mí. Te quiere papá."
Pocos días después recibe un mail de su hijo:
"Querido padre: Por todo lo que más quieras, no toques la tierra de ese jardín. Ahí es donde tengo escondido aquello. Te quiere Ahmed."
A las 4 de la madrugada siguiente aparece la policía local, agentes del FBI, de la CIA, los S.W.A.T, los RANGERS, los MARINES, Steven Seagal, Silvester Stallone y alguno más de élite y representantes del Pentágono que remueven toda la tierra del jardín buscando materiales para construir bombas, ántrax... lo que sea.
No encuentran nada y se van.
Ese mismo día, el hombre recibe otro mail de su hijo:
"Querido padre: Seguramente la tierra ya estará lista para plantar las patatas. Es lo mejor que pude hacer dadas la circunstancias. Te quiere Ahmed."
2005/11/08
Óbidos recebe Festival Internacional de Chocolate
"A vila de Óbidos recebe, a partir desta terça-feira e até ao próximo domingo, a quarta edição do festival do chocolate. Este doce terá destaque em apetitosas esculturas sobre o mundo do cinema
(...) haverá apetitosas esculturas sobre o mundo do cinema, um desfile de moda com acessórios comestíveis e um salame gigante.
Uma escultura de chocolate branco de Marilyn Monroe em tamanho real, cenas de filmes de «cowboys», da Guerra das Estrelas, do Senhor dos Anéis, do ET ou de Vasco Santana serão algumas das atracções da quarta edição do Festival Internacional do Chocolate de Óbidos, que decorre até ao próximo domingo. " in Portugal Diário
Esqueceram-se foi de referir as principais atracções: duas esculturas em tamanho real destas duas meninas ;p
(...) haverá apetitosas esculturas sobre o mundo do cinema, um desfile de moda com acessórios comestíveis e um salame gigante.
Uma escultura de chocolate branco de Marilyn Monroe em tamanho real, cenas de filmes de «cowboys», da Guerra das Estrelas, do Senhor dos Anéis, do ET ou de Vasco Santana serão algumas das atracções da quarta edição do Festival Internacional do Chocolate de Óbidos, que decorre até ao próximo domingo. " in Portugal Diário
Esqueceram-se foi de referir as principais atracções: duas esculturas em tamanho real destas duas meninas ;p
2005/11/07
Ponta???
Alguém ouviu o pugama da Antena 3, Hora de Ponta com a Lamy e o Estêvão? O tema aberto para discussão no blog era... preparem-se que a pergunta é um mimo per se: “o que achas do Lesbianismo?” ao que me ocorre assim de repente.... acho bem!
Chama-se a isto o completamente desaproveitamento de um tema pertinente e que merecia uma discussão mais séria. Mas talvez seja eu que ando com falta de humor (note-se HUmor, OK?)
Ele foram as eternas bocas de gajos a dizer “e tal e coiso e duas gajas, eheheheh, gole de cerveja, burp, coça, coça...” (já disse que ando com falta de humor?), ele foram insultos gratuitos aos homossexuais e bem... passei-me.
Deixei lá uns comentários (por acaso leram parte deles), vi muito boa gente a deixar excelentes comentários e vi uma grande maioria a largar verdadeiras bacoradas. Os apresentadores tiveram uma prestação que no mínimo me desiludiu enquanto moderadores. Tanto a Lamy como o Estevão (ok, mais o Estevão, mas isso já era de esperar, para quem conhece a peça) optaram por seleccionar uma maioria de comments buçais sobre a fantasia de partilhar lençóis com duas lésbicas. Ou seja, o que queriam mesmo era avacalhar. Ou então sou eu que não consigo despir-me da parcialidade a que este assunto me obriga.
Se algum santinho passar por aqui e tiver o link, que mo deixe pois eu perdi-me e agora I cannot spot the blog qq coisa hora de ponta.
PS- já dei com o link. Está referido no inicio do post.
Chama-se a isto o completamente desaproveitamento de um tema pertinente e que merecia uma discussão mais séria. Mas talvez seja eu que ando com falta de humor (note-se HUmor, OK?)
Ele foram as eternas bocas de gajos a dizer “e tal e coiso e duas gajas, eheheheh, gole de cerveja, burp, coça, coça...” (já disse que ando com falta de humor?), ele foram insultos gratuitos aos homossexuais e bem... passei-me.
Deixei lá uns comentários (por acaso leram parte deles), vi muito boa gente a deixar excelentes comentários e vi uma grande maioria a largar verdadeiras bacoradas. Os apresentadores tiveram uma prestação que no mínimo me desiludiu enquanto moderadores. Tanto a Lamy como o Estevão (ok, mais o Estevão, mas isso já era de esperar, para quem conhece a peça) optaram por seleccionar uma maioria de comments buçais sobre a fantasia de partilhar lençóis com duas lésbicas. Ou seja, o que queriam mesmo era avacalhar. Ou então sou eu que não consigo despir-me da parcialidade a que este assunto me obriga.
Se algum santinho passar por aqui e tiver o link, que mo deixe pois eu perdi-me e agora I cannot spot the blog qq coisa hora de ponta.
PS- já dei com o link. Está referido no inicio do post.
2005/11/06
O depois

O jardinanço de ontem foi mais difícil do que pensei. Arrancar uma madressilva que está há 3 anos plantada dentro de um vaso não é fácil e suamos as estopinhas para a tirar dali. Os gatos estavam felizes e contentes com a confusão que reinava na varanda (como adoram o caos), embora de inicio estivessem com um olhar de pânico “Ai, ai que é desta que elas se passaram!”
Lá dispusemos todas as plantas nos vasos e no final o balanço foi positivo.
AGORA SRS GATOS, VEJAM LÁ SE TAMBÉM QUEREM JARDINAR! É QUE JÁ HÁ MUITO TEMPO QUE NÃO VOS DAMOS BANHO, IF YOU KNOW WHAT I MEAN...
2005/11/05
Tarefa de sábado

E ao 6º dia, fez-se o jardim! Pois é, após váaaaaaarios meses de estado calamitoso dos vasos do jardim *obrigada gatinhos, não conseguiríamos sem vocês :) * a minha babe arrancou-me do vale dos lençóis directamente para um centro de jardinagem (e sim, tive tempo para despir o pijama *risos* ) para escolher e comprar um montão de plantas para fazer um refresh nos vasos. Portanto hoje temos mais uma prova a superar (para além da habitual aspiração total, aka eliminação de todo e quaisquer vestígio de pêlo de gato)!
Portanto agora fica o antes – com muita vergonha minha- e prometemos o depois... isso mesmo depois.
Nota- vai apenas uma foto (a pior) para a vergonha não ser tão grande...
2005/10/29
Estiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiicaaaaaaaa
2005/10/28
2005/10/26
A insustentável leveza do s… existir
Este tema é algo que me assalta de quando em quando: o facto de muitos de nós nos limitarmos assim… a existir. No contexto nacional então, acho mesmo que este é um dos principais fomentadores da falta de iniciativa geral.
Não há nada de mais terrível do que nos apercebermos que um dia sucede a outro e que nós apenas… existimos. Assim perdemos o comboio da evolução humana, com consequências desastrosas. Deixamo-nos parasitar pela rotina (que coisa feia) e nada fazemos para mudar. Assim se chegam ao fim de relações amorosas, assim se chega ao cenário político e social que Portugal atravessa neste (?) momento.
Fui criada numa família extremamente católica e treinada para não questionar os assuntos dos adultos. Como sempre fui uma menina muito bem comportada cresci assim, sem o treino do pensar. Introspecção era para mim sinónimo de rever a minha lista de pecados para de seguida ir ao confessionário.
Por isso costumo dizer que despertei para a vida aos 16 anos quando no meu círculo de amizades, os nossos longos debates me deram o treino que a família me negou. A maturidade emocional, no entanto tardou mais a chegar. Só quando conheci a Lu, já na universidade, e me tornei sua (ainda) amiga, é que esgravatei mais no fundo do meu íntimo. Até aos 22 anos posso dizer que apenas existi. A partir daí comecei a ser. Fui travando lado a lado com a Lu pequenas batalhas pessoais até chegarmos aos dias de hoje.
Contudo dei comigo a pensar por várias vezes em como, apesar das nossas conquistas, elas foram apenas pessoais. Olho para mim e para os outros e vejo que enquanto uns levam a vidinha corriqueira do dia a dia, outros empenham-se em causas que acreditam (sejam elas quais forem) muitas vezes com prejuízo para a sua vida particular e… envergonho-me. Não me interpretem mal. Não sinto que ando aqui por andar e sinto-me muito feliz com a minha vida. Apenas sinto que podia ser mais activa, interveniente… desperta. Não significa que agora ande de bandeira na mão ao estilo propaganda política, mas também sinto-me mais motivada para quando for necessário estar onde for preciso. Acho que isto de planear ter um filho também passa por isto, de querer mudar o mundo…
Não há nada de mais terrível do que nos apercebermos que um dia sucede a outro e que nós apenas… existimos. Assim perdemos o comboio da evolução humana, com consequências desastrosas. Deixamo-nos parasitar pela rotina (que coisa feia) e nada fazemos para mudar. Assim se chegam ao fim de relações amorosas, assim se chega ao cenário político e social que Portugal atravessa neste (?) momento.
Fui criada numa família extremamente católica e treinada para não questionar os assuntos dos adultos. Como sempre fui uma menina muito bem comportada cresci assim, sem o treino do pensar. Introspecção era para mim sinónimo de rever a minha lista de pecados para de seguida ir ao confessionário.
Por isso costumo dizer que despertei para a vida aos 16 anos quando no meu círculo de amizades, os nossos longos debates me deram o treino que a família me negou. A maturidade emocional, no entanto tardou mais a chegar. Só quando conheci a Lu, já na universidade, e me tornei sua (ainda) amiga, é que esgravatei mais no fundo do meu íntimo. Até aos 22 anos posso dizer que apenas existi. A partir daí comecei a ser. Fui travando lado a lado com a Lu pequenas batalhas pessoais até chegarmos aos dias de hoje.
Contudo dei comigo a pensar por várias vezes em como, apesar das nossas conquistas, elas foram apenas pessoais. Olho para mim e para os outros e vejo que enquanto uns levam a vidinha corriqueira do dia a dia, outros empenham-se em causas que acreditam (sejam elas quais forem) muitas vezes com prejuízo para a sua vida particular e… envergonho-me. Não me interpretem mal. Não sinto que ando aqui por andar e sinto-me muito feliz com a minha vida. Apenas sinto que podia ser mais activa, interveniente… desperta. Não significa que agora ande de bandeira na mão ao estilo propaganda política, mas também sinto-me mais motivada para quando for necessário estar onde for preciso. Acho que isto de planear ter um filho também passa por isto, de querer mudar o mundo…
2005/10/20
O que eu queria cantar ao teu ouvido

Cantada (Depois de Ter Você) (2002)
Adriana Calcanhotto
Depois de ter você
Pra quê querer saber
Que horas são?
Se é noite ou faz calor
Se estamos no verão
Se o sol virá ou não
Ou pra que é que serve uma canção
Como essa?
Depois de ter você
Poetas para quê?
Os deuses, as dúvidas?
Pra quê amendoeiras pelas ruas?
Para que servem as ruas
Depois de ter você?
© Minha Música (Natasha)
Voz e violão: Adriana Calcanhotto
Baixo: Dé Palmeira
Piano: Daniel Jobim
Synth: Berna Ceppas
Bateria: Stephanes Sanjuan
2005/10/17
A maior aventura das nossas vidas
Estamos juntas há 8 anos e 4 meses exactamente. Apaixonámo-nos uma pela outra sem nos apercebermos. Começamos por viver o nosso amor dia a dia, como 2 condenadas, que de um dia para outro seriam separadas. Dizíamos que não podia ser, que não havia futuro para nós duas juntas, não tínhamos forças para enfrentar o mundo, não poderíamos ter filhos, como tal restava-nos todos os momentos até à inevitável separação. Separámo-nos enfim, como amantes, mas não como amigas, pois isso não conseguíamos. Esta "separação" durou um mês. Um longo mês de Agosto. O reencontro achou-nos mais apaixonadas que nunca, mais famintas uma da outra. Um pedrinha residia contudo no meu coração: a impossibilidade biológica de ter um filho com a Lu.
Os anos foram passando, com muitas surpresas pelo meio, muitas lutas, mais coming out's do que imaginaria. Ganhámos amig@s fabulosos, que nos deram/dão todo o apoio. Com a família é mais complicado, sempre foi. Os que sabem, preferiam não saber, os que não sabem *as if* continuam fingindo que não sabem.
Comprámos casa, i.e. casamo-nos há 3 anos. O tempo trouxe alguma ambicionada estabilidade e chegou o dia em que tomámos a resolução das nossas vidas, maior ainda que a de não nos tornarmos a separar. Iríamos ter uma criança juntas, filho biológico de uma de nós - da Lu.
Fizemos toda a investigação possível e imaginária sobre inseminação artificial na net.
Em pOrtugal, claro está, não é possível a uma mulher solteira fazer uma inseminação artificial, quanto mais a um casal de lésbicas. A alternativa contudo, está já ao virar da esquina. Espanha! Em várias cidades.
Contactámos com inúmeras clinicas espanholas via mail perguntando tudo quanto nos ocorreu. Pedimos ajuda a algumas pessoas nas associações portuguesas LGBT na esperança que alguém que já tivesse passado pelo mesmo nos desse alguma ajuda que guiasse a nossa decisão. Houve um empate técnico, ou seja houve quem nos ajudasse, e houve quem nos ignorasse.
Depois de literalmente massacrarmos com perguntas as pessoas que simpaticamente nos respondiam por parte das clinicas, decidimo-nos por uma em Barcelona. Seguimos todas as indicações, a Lu fez todos os exames (serológicos, hormonais e ecográficos) que nos indicaram e marcamos voo e hotel para fazer a primeira visita à clinica.
O objectivo da primeira consulta era fazer uma pequena entrevista, sobre os antecedentes familiares da Lu, conhecermos a médica que a assistiria, etc. Lá fomos as duas um pouco a medo afinal de contas não sabíamos ao que íamos, na net é sempre tudo muito bonito, mas sabíamos lá se não íamos parar a uma clinica manhosa. Logo na recepção foi dado uma ficha para preencher com os dados da Lu. A recepcionista perguntava e anotava as respostas. Às tantas vira-se para mim e pergunta "Es usted su pareja?" *enche o peito de ar e* "Si, soy" e começa a fazer algumas perguntas para que os meus dados constem também da ficha da Lu. Foi como se o tecto da clinica tivesse desaparecido subitamente, para dar a um céu azul intenso, com um sol resplandecente. Companheira e não amiga. A pergunta foi feita com o ar mais natural do mundo, sem embaraços, sem pestanejar. Seguiu-se a consulta com a médica, que também foi muito profissional. Estudou os exames da Lu, concluindo que tudo estava perfeito, seria um processo simples. Fez-me também perguntas a mim sobre os meus antecedentes clínicos. Perguntou há quanto tempo estávamos juntas "7 años" e há quanto tempo queríamos ter um filho juntas "hace 6 años y medio". Explicou-nos o procedimento, os prós e os contras. A inseminação seria feita com sémen de dador anónimo, pelo tivemos que escolher as características fenotipicas (cor de olhos, cabelo, tez...) que nos interessavam que o dador tivesse, e assinar um termo de responsabilidade. Saímos da clinica naquele dia como se caminhássemos sobre nuvens.
De regresso a Portugal, a Lu teve que fazer mais uns exames que faltavam, e assim que os enviou por correio para a clinica e que foram avaliados pela médica, estávamos prontas a prosseguir. Assim que, na menstruação que se seguiu, ao 3º dia a Lu começou a ter que receber injecções com o intuito de estimular a produção de foliculos. Foram 7 injecções diárias administradas por uma enfermeira medricas que apesar de ter pavor de agulhas, fez das tripas coração- eu. A minha babe foi uma linda menina que aguentou todas aquelas torturas que a fiz sofrer (digamos que quando finalmente estava a apanhar o jeito, as injecções acabaram-se), sem se queixar.
No dia seguinte à última injecção, a Lu fez uma ecografia para ver o número de foliculos produzidos. Tinham-nos dito na clinica que se fossem 1/2 foliculos, prosseguia-se, mas se fossem 3 ou + teríamos de parar e voltar a acertar a concentração do estimulante (esta medida é tomada para prevenir a ocorrência de trigémeos ou mais). Eram 3 foliculos, lindos, resplandecentes, mas 3. Ficámos com o coração nas mãos até falar com a clinica espanhola, pois pensávamos que teríamos que adiar mais um mês. Mas não! O terceiro foliculo era tão grande que iria desintegrar-se antes de ser realizada a inseminação, restando apenas 2. Foi marcada a hora da inseminação e deram-nos instruções para que esse mesmo dia à noite déssemos outra injecção de outra substância, com o objectivo de romper os foliculos e estimular assim a libertação dos óvulos propriamente ditos. Após essa injecção teríamos entre 36 e 40 h para reservarmos hotel, apanharmos o avião e realizar a inseminação.
Fomos com a maior antecedência possível para Barcelona, estávamos ambas muito nervosas, especialmente a Lu, e eu não queria que atrasos de avião ou coisas afins nos roubasse tempo ao prazo já de si tão curto. Aproveitamos a antecedência para passear um pouco e descontrair. Assim, chegada a hora, entrámos no consultório, a Lu preparou-se e deitou-se na marquesa. A médica ainda me perguntou se eu queria ser eu a fazer a inseminação, ao que respondi que "não, por favor, que como me encontro o mais provável é derramar tudo e deitar tudo a perder". Olhei para a Lu, vi como lhe batia forte o coração no peito e apercebi-me que acontecesse o acontecesse, a partir daquele momento nunca mais seriamos as mesmas. Após a médica ter feito a inseminação, a Lu teve que permanecer 10/15 minutos deitada e após isto allez para o hotel. Tão simples como isto. Claro que nós jogámos pelo seguro e fomos para o hotel para deitar e repousar mais um pouco e telefonar a todas as amigas que estavam histéricas esperando notícias.
De volta a Portugal tivemos de esperar 15 loooooooooooooongos dias para fazer o teste de gravidez. Havia, conforme nos tinham explicado, 25% de probabilidades de se engravidar à primeira (normalmente são necessárias 2/3 tentativas), assim como 25% de probabilidades de que em caso positivo, serem gémeos). Chegou finalmente o dia de fazer o exame e saber o resultado. A Lu guardou o envelope fechado para abrirmos juntas. Ao abrirmos não entendemos nada, pois o resultado era numérico e não do tipo positivo ou negativo como tínhamos julgado em principio. Um telefonema para a médica tirou a dúvida. A Lu estava GRÁVIDA! Chorámos que nem duas madalenas e agradecemos os parabéns que nos davam da parte da clinica "!que bien!"
Fomos levando a vida entre a euforia e a calma, pois nesta fase, tudo podia acontecer. Os hábitos mudaram-se, eu tive que dar mais ao cabedal do que era habitual, a Lu andava mais sonolenta, os cuidados com tudo redobraram. Os projectos surgiam como cogumelos e em breve, viviamos só em função daquela gravidez. Foram realizadas 3 ecografias: a primeira logo no inicio, a segunda às 6 semanas, que permitiu verificar que era apenas um embrião e a terceira às 12 semanas.
A terceira ecografia, veio tirar-nos o tapete debaixo dos pés, quando já não o esperávamos. Tudo tinha corrido bem até aquele momento. Porém nesta eco, pode-se verificar que o feto tinha uma malformação, uma apenas, mas fatal para o sua sobrevivência. A Lu teve de abortar, conforme aconselhado pelos médicos. É uma fase que gosto pouco de recordar, o sofrimento físico e psicológico pelo qual a Lu passou está longe de ser coisa pouca. É indescritível o que sentimos. Tentámos descobrir o porquê, o que teríamos feito mal. Os médicos asseguraram-nos que é algo que acontece sem motivo, um fruto do acaso, e que não é provável que torne a acontecer. Disseram-nos também para não desistirmos, que é mais vulgar do que se imagina na primeira gravidez problemas que inviabilizem o feto.
Num instante, onde havia um projecto de vida, instalou-se um vazio que nos deixou às duas ocas, como duas cascas. Valeu-nos às duas as amigas. Valeu-me a mim as únicas pessoas com quem tive coragem de desabafar em pleno e que nos acompanharam desde o inicio: a Sara e a Rita. Vocês, miúdas fizerem mais por nós que 100.000 psicólogos. Nunca vos conseguiremos agradecer o suficiente.
A Vida continua todos os dias e nós estamos bem agora. Não desistimos. Em breve tentaremos de novo. Queremos muito este bebé. Menino, menina, um, dois, moreno, loiro. Queremo-lo feliz, vivo, forte. Queremo-lo pela casa toda, a puxar os bigodes aos gatos, a sujar tudo de papa, a fazer todas as traquinices que uma criança tem direito. Queremos dar-lhe todo o Amor que tem direito. Queremos ensiná-lo a crescer com ideais e a lutar por eles sempre pois só assim faz sentido. Queremo-lo. Muito.
Os anos foram passando, com muitas surpresas pelo meio, muitas lutas, mais coming out's do que imaginaria. Ganhámos amig@s fabulosos, que nos deram/dão todo o apoio. Com a família é mais complicado, sempre foi. Os que sabem, preferiam não saber, os que não sabem *as if* continuam fingindo que não sabem.
Comprámos casa, i.e. casamo-nos há 3 anos. O tempo trouxe alguma ambicionada estabilidade e chegou o dia em que tomámos a resolução das nossas vidas, maior ainda que a de não nos tornarmos a separar. Iríamos ter uma criança juntas, filho biológico de uma de nós - da Lu.
Fizemos toda a investigação possível e imaginária sobre inseminação artificial na net.
Em pOrtugal, claro está, não é possível a uma mulher solteira fazer uma inseminação artificial, quanto mais a um casal de lésbicas. A alternativa contudo, está já ao virar da esquina. Espanha! Em várias cidades.
Contactámos com inúmeras clinicas espanholas via mail perguntando tudo quanto nos ocorreu. Pedimos ajuda a algumas pessoas nas associações portuguesas LGBT na esperança que alguém que já tivesse passado pelo mesmo nos desse alguma ajuda que guiasse a nossa decisão. Houve um empate técnico, ou seja houve quem nos ajudasse, e houve quem nos ignorasse.
Depois de literalmente massacrarmos com perguntas as pessoas que simpaticamente nos respondiam por parte das clinicas, decidimo-nos por uma em Barcelona. Seguimos todas as indicações, a Lu fez todos os exames (serológicos, hormonais e ecográficos) que nos indicaram e marcamos voo e hotel para fazer a primeira visita à clinica.
O objectivo da primeira consulta era fazer uma pequena entrevista, sobre os antecedentes familiares da Lu, conhecermos a médica que a assistiria, etc. Lá fomos as duas um pouco a medo afinal de contas não sabíamos ao que íamos, na net é sempre tudo muito bonito, mas sabíamos lá se não íamos parar a uma clinica manhosa. Logo na recepção foi dado uma ficha para preencher com os dados da Lu. A recepcionista perguntava e anotava as respostas. Às tantas vira-se para mim e pergunta "Es usted su pareja?" *enche o peito de ar e* "Si, soy" e começa a fazer algumas perguntas para que os meus dados constem também da ficha da Lu. Foi como se o tecto da clinica tivesse desaparecido subitamente, para dar a um céu azul intenso, com um sol resplandecente. Companheira e não amiga. A pergunta foi feita com o ar mais natural do mundo, sem embaraços, sem pestanejar. Seguiu-se a consulta com a médica, que também foi muito profissional. Estudou os exames da Lu, concluindo que tudo estava perfeito, seria um processo simples. Fez-me também perguntas a mim sobre os meus antecedentes clínicos. Perguntou há quanto tempo estávamos juntas "7 años" e há quanto tempo queríamos ter um filho juntas "hace 6 años y medio". Explicou-nos o procedimento, os prós e os contras. A inseminação seria feita com sémen de dador anónimo, pelo tivemos que escolher as características fenotipicas (cor de olhos, cabelo, tez...) que nos interessavam que o dador tivesse, e assinar um termo de responsabilidade. Saímos da clinica naquele dia como se caminhássemos sobre nuvens.
De regresso a Portugal, a Lu teve que fazer mais uns exames que faltavam, e assim que os enviou por correio para a clinica e que foram avaliados pela médica, estávamos prontas a prosseguir. Assim que, na menstruação que se seguiu, ao 3º dia a Lu começou a ter que receber injecções com o intuito de estimular a produção de foliculos. Foram 7 injecções diárias administradas por uma enfermeira medricas que apesar de ter pavor de agulhas, fez das tripas coração- eu. A minha babe foi uma linda menina que aguentou todas aquelas torturas que a fiz sofrer (digamos que quando finalmente estava a apanhar o jeito, as injecções acabaram-se), sem se queixar.
No dia seguinte à última injecção, a Lu fez uma ecografia para ver o número de foliculos produzidos. Tinham-nos dito na clinica que se fossem 1/2 foliculos, prosseguia-se, mas se fossem 3 ou + teríamos de parar e voltar a acertar a concentração do estimulante (esta medida é tomada para prevenir a ocorrência de trigémeos ou mais). Eram 3 foliculos, lindos, resplandecentes, mas 3. Ficámos com o coração nas mãos até falar com a clinica espanhola, pois pensávamos que teríamos que adiar mais um mês. Mas não! O terceiro foliculo era tão grande que iria desintegrar-se antes de ser realizada a inseminação, restando apenas 2. Foi marcada a hora da inseminação e deram-nos instruções para que esse mesmo dia à noite déssemos outra injecção de outra substância, com o objectivo de romper os foliculos e estimular assim a libertação dos óvulos propriamente ditos. Após essa injecção teríamos entre 36 e 40 h para reservarmos hotel, apanharmos o avião e realizar a inseminação.
Fomos com a maior antecedência possível para Barcelona, estávamos ambas muito nervosas, especialmente a Lu, e eu não queria que atrasos de avião ou coisas afins nos roubasse tempo ao prazo já de si tão curto. Aproveitamos a antecedência para passear um pouco e descontrair. Assim, chegada a hora, entrámos no consultório, a Lu preparou-se e deitou-se na marquesa. A médica ainda me perguntou se eu queria ser eu a fazer a inseminação, ao que respondi que "não, por favor, que como me encontro o mais provável é derramar tudo e deitar tudo a perder". Olhei para a Lu, vi como lhe batia forte o coração no peito e apercebi-me que acontecesse o acontecesse, a partir daquele momento nunca mais seriamos as mesmas. Após a médica ter feito a inseminação, a Lu teve que permanecer 10/15 minutos deitada e após isto allez para o hotel. Tão simples como isto. Claro que nós jogámos pelo seguro e fomos para o hotel para deitar e repousar mais um pouco e telefonar a todas as amigas que estavam histéricas esperando notícias.
De volta a Portugal tivemos de esperar 15 loooooooooooooongos dias para fazer o teste de gravidez. Havia, conforme nos tinham explicado, 25% de probabilidades de se engravidar à primeira (normalmente são necessárias 2/3 tentativas), assim como 25% de probabilidades de que em caso positivo, serem gémeos). Chegou finalmente o dia de fazer o exame e saber o resultado. A Lu guardou o envelope fechado para abrirmos juntas. Ao abrirmos não entendemos nada, pois o resultado era numérico e não do tipo positivo ou negativo como tínhamos julgado em principio. Um telefonema para a médica tirou a dúvida. A Lu estava GRÁVIDA! Chorámos que nem duas madalenas e agradecemos os parabéns que nos davam da parte da clinica "!que bien!"
Fomos levando a vida entre a euforia e a calma, pois nesta fase, tudo podia acontecer. Os hábitos mudaram-se, eu tive que dar mais ao cabedal do que era habitual, a Lu andava mais sonolenta, os cuidados com tudo redobraram. Os projectos surgiam como cogumelos e em breve, viviamos só em função daquela gravidez. Foram realizadas 3 ecografias: a primeira logo no inicio, a segunda às 6 semanas, que permitiu verificar que era apenas um embrião e a terceira às 12 semanas.
A terceira ecografia, veio tirar-nos o tapete debaixo dos pés, quando já não o esperávamos. Tudo tinha corrido bem até aquele momento. Porém nesta eco, pode-se verificar que o feto tinha uma malformação, uma apenas, mas fatal para o sua sobrevivência. A Lu teve de abortar, conforme aconselhado pelos médicos. É uma fase que gosto pouco de recordar, o sofrimento físico e psicológico pelo qual a Lu passou está longe de ser coisa pouca. É indescritível o que sentimos. Tentámos descobrir o porquê, o que teríamos feito mal. Os médicos asseguraram-nos que é algo que acontece sem motivo, um fruto do acaso, e que não é provável que torne a acontecer. Disseram-nos também para não desistirmos, que é mais vulgar do que se imagina na primeira gravidez problemas que inviabilizem o feto.
Num instante, onde havia um projecto de vida, instalou-se um vazio que nos deixou às duas ocas, como duas cascas. Valeu-nos às duas as amigas. Valeu-me a mim as únicas pessoas com quem tive coragem de desabafar em pleno e que nos acompanharam desde o inicio: a Sara e a Rita. Vocês, miúdas fizerem mais por nós que 100.000 psicólogos. Nunca vos conseguiremos agradecer o suficiente.
A Vida continua todos os dias e nós estamos bem agora. Não desistimos. Em breve tentaremos de novo. Queremos muito este bebé. Menino, menina, um, dois, moreno, loiro. Queremo-lo feliz, vivo, forte. Queremo-lo pela casa toda, a puxar os bigodes aos gatos, a sujar tudo de papa, a fazer todas as traquinices que uma criança tem direito. Queremos dar-lhe todo o Amor que tem direito. Queremos ensiná-lo a crescer com ideais e a lutar por eles sempre pois só assim faz sentido. Queremo-lo. Muito.
2005/10/16
Festival de Internacional de Coros

Para quem é do Algarve, está pelo Algarve, ou é suficiente doido para vir ao Algarve só para este evento :)
Programa no link da foto.
PS- Todos os outros concertos são de borla, obviamente.
weeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

A feira estava a tope! Tenho que voltar lá num dia de semana, que quase não se conseguia ver nada. Porém, os objectivos foram cumpridos: carrinhos de choque, Kanguru (ainda estou rouca dos gritos que dei) e castanhas. Das castanhas não tenho fotos, que desapareceram tão depressa que não deu tempo da Lu fotografar LOL
2005/10/15
Fantasmas de madeira
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