2008/03/31
Quando não se paga a factura, cortam-nos a inteligência
Acho que estou a ser castigada... a Lu saiu de casa e esqueceu-se do telemóvel. Passado algum tempo este toca... olho para o nº e resolvo atender pensando ser uma pessoa. Quando descubro ser outra, já que estava mais ou menos a par do assunto, resolvo fazer-me passar pela Lu. Porém a pessoa que está do outro lado do telefone conhece-me bem ao telefone há 6 anos. Falamos sobre o assunto que interessava e no final...
Ele com ar muito desconfiado- "tu não és a Lu!"
Eu, com uma fralda da Maria a embrulhar o telemóvel- "Sou sou!"
Ele realmente desconfiado- "Não és a Nina? É que a tua voz está muito parecida com a de uma amiga minha do Algarve, a Nina."
Eu já a suar as estopinhas por estar a ser caçada- "Ah, ela também é muito minha amiga, mas eu sou realmente a Lu. Talvez te pareça assim porque estou mal da garganta"
Ele com um ar nada convencido- "Ah, pronto está bem."
MAS O QUE É QUE ME DEU??? Porque não disse que a Lu não estava e desliguei o telefone???
cabeçada na mesa, cabeçada na mesa, cabeçada na mesa...
2008/03/29
2 Meses
2008/03/18
Este fim de semana fomos ter com o pai ao campo. Não imaginas como tudo está tão florido. Os lírios brancos, os narcisos amarelos, os sparaxis que te ofereci à 2 natais atrás. A cãozoada está toda gorda, as favas bonitas. Tudo está como se lá estivesses. Parece incrível que não estejas. A prova que não estás lá é o pai. Nunca o vi assim no campo. Parado, sentado pelos cantos, encostado a uma árvore.
Não imaginas o que ele fez na semana passada. Ainda tinha leveda da tua última amassadura e apesar de nos termos oferecido para ir amassar, para a leveda não se perder, amassou ele sem nos dizer nada. A mana diz que ele chorou o tempo todo enquanto amassava. O pão ficou tão bom… só lhe faltava um bocado de sal, de resto, podia muito bem ter sido amassado por ti. Ele diz que parecia que estavas ali ao lado, a ensiná-lo. Sei que não podes ter estado ainda, mas talvez tenhas mandado alguém para ajudar.
Hoje à noite a Lu vai amassar os folares, e amanhã vai para o campo, com a mana e o pai, para os cozerem. Tentamos fazer o melhor para atenuar a dor do pai, mas sei que nada, nem ninguém te substitui. Umas vezes ele acarinha-nos e outras quase que nos enxota, como se tivesse medo que apaguemos sinais da tua presença. É difícil.
Eu estou bem, dentro do razoável. Tento não pensar muito, tento ocupar-me para não cair muito. A maior parte do tempo consigo. Excepto quando vou lá a casa, ou ao campo, ou estou/falo com o pai. Às vezes consigo até sentir-me feliz, por te imaginar num sítio bom, a ser cuidada,
Hoje farias anos. Esta noite sonhei contigo. Pedias-me em agonia água. Acordei assustada, mas tentei voltar a dormir. Queria sonhar contigo, mas outras coisas. Como me aconteceu com o JL, que nos meus sonhos encontravamo-nos na rua e me dizia que não tinha morrido e passeávamos por ali matando saudades. Queria encontrar um lugar nos meus sonhos para me encontrar contigo. Fazes-me falta.
2008/03/13
Agora même a sério
A formula aqui. Obrigada meu, tás cá dentro.
2008/03/12

2008/03/08
E mais ainda, massagens para a bebé mais logo, e depois à tarde festarola para matar saudades de umas raparigas jeitosas!
Ele há sábados de sol perfeitos!
2008/03/04
Parabéns Meu Amor!!!
2008/02/28
Gutamos muito de samba, bossa nova, blues e das mães a cantar. Dêem-me música vá!
Gutamos muito de massagens, do banho, de mudar a fraldar, de despir a roupa e ficar em pelota.
Dormimos à noite 4 ou 5 horas seguidinhas.
Temos um sorriso lindo, e somos a alegria da casa.
Desenvolvemos uma manha de chorar depois de mamar, com fraldinha limpinha e tudo, o que deixa as mães com a cuca às voltas a tentar descobrir o que queremos. Somos muito gulotonas. E lindas. E temos um sorriso lindo. Ah isso já tinha dito...
2008/02/24
Adeus mãe
Morreu ontem às 08:30h após 2 meses de sofrimento, sempre com uma lucidez assustadora. Não sei traduzir o que sinto. Um alívio por não a ver sofrer mais, uma saudade imensa projectada num futuro em que sei que ela já não está lá, um relembrar toda uma vida juntas. Um revolta porque ela não merecia este fim.
A minha mãe foi uma mulher como poucas. Era a força motriz da nossa casa, uma lutadora. Não digo isto apenas por ter sido a minha mãe. Acabada de sair de uma cirurgia, que se revelou ter sido o princípio do fim, que a debilitou a um ritmo alucinante, ela diz-me “já devem ser quase 8h, tens de ir para casa com o teu pai para lhe dar o jantar”. Há dois dias atrás sem forças nenhumas pergunta-nos o que tínhamos na panela de pressão a cozer e instrui-nos sobre o tempo de cozedura. E foi assim até minutos antes de expirar. Não mãe, não merecias isto.
Às minhas amigas que aqui vêm, e que possam estar na dúvida se eu quererei ser deixada em paz, a resposta é não, não me deixem
Não sei quando postarei novamente. O tempo tem sido pouco, mas quando venho aqui, ao mesmo tempo que estou cheia de saudades do blog, logo me dá uma branca e não sei o que dizer. Veremos.
2008/02/13
2008/02/06
Após o que foi um corrupio de casa para o hospital, uma lufa lufa em casa para preparar tudo para a chegada da Maria, um melancólico regresso a casa no fim da visita do hospital, finalmente as minhas meninas tiveram alta.
Por cá, sofre-se um pouco do que se poderá chamar "baby blues", a lágrima corre fácil, quase sempre por felicidade, mas muitas vezes devido a um cocktail de emoções, que não as sei descrever, por serem novas para mim. Apesar de todos os avisos e de certa forma esperar que algo se iria passar nos nossos aurículos e ventrículos, nada nos iria preparar para isto que sentimos. Quem já foi mãe/pai seguramente sabe do que falo. Ainda há um mês atrás ao visitarmos a nossa amiga, que tão recentemente nos deu um primo para a Maria brincar, a senti estranha, feliz sim, mas com um sorriso apreensivo, prudente, ponderado. Na altura estranhei isso, mas agora entendo... pois sinto-me igual. Estou feliz, felicíssima, mas constantemente inquieta, em vigília, preocupada.
A primeira noite que passámos juntas em casa, a melhor noite que a Maria passou até então, sem choros, e a melhor que a mamã Lu já passou desde dia 29 até então, cada barulhinho que ela fazia no berço fazia levantar-me, acender a luz e ir ver como estava. Preocupava-me que tivesse frio, que tivesse calor, que descesse na cama e ficasse debaixo dos lençóis... Para conseguir dormir com alguma tranquilidade tive de a ir buscar, dormir semi- sentada, e deitá-la sobre o meu peito. Não dormi profundamente, mas sempre descansei um pouco mais, pois não suportava a ideia de não a estar a ver. Hoje já estou mais calma, isto é… não preciso de a ter sempre no meu colo, mas o estado de inquietude continua.
A mamã Lu está bem, embora cansada… afinal é ela que tem de lhe dar de mamar a meio da noite, e olhem que a Maria nos tem dado até ao momento noites tranquilas. A recuperação da cesariana tem sido muito boa, a sutura foi muito bem feita.
Hoje foi a primeira saída da Maria, aproveitámos para fazer uma série de coisas (ir à Segurança Social, marcar pediatra, etc) e devo dizer que o nosso bichinho de conta se portou muito bem.
E é assim… todo o tempo para a Maria (mamar, arrotar, fraldas, banho…) e pouco para as mamãs mas isto vai lá.
Não consigo como devem imaginar, responder aos vossos comments, como é meu hábito, dado o número (gente, nada me preparava para este boom – de onde raio saiu tanto comment!), por pura falta de tempo (aliás este post teve de ser escrito em 2 fases) mas quero agradecer a tod@s o vosso apoio, simpatia, carinho. Podia pôr-me com lirismos, mas neste momento a Maria começou a chorar com uma cólica, portanto termino este post com a melhor forma de vos agradecer: uma foto de quando chegou a casa e outra do nosso bichinho de conta no meu colo. Obrigada :)
2008/01/29
Olá Mundo!
Sou a Maria Carolina e nasci hoje, dia 29-01-08, passava pouco da meia noite. A minha mãe fartou-se de fazer força, enquanto dizia que não ia adiantar, que era melhor os doutores resolverem fazer uma cesariana. Finalmente os senhores doutores decidiram que sim, que a mamã é que tinha razão, e mesmo assim tiveram dificuldades em me tirar. Pois é, sou um bocadinho para o matulona, ouvi dizer que isto do mundo é um lugar difícil, e como quem vai para terra avia-se em mar, decidi vir já grandinha. Só por causa das coisas, né? Peso 3,970kg e encho o colo da minha mamã Nina. Para já sou muito calminha, até tive muita paciência para esperar que a mamã Lu pudesse dar de mamar. A primeira pessoa a pegar-me ao colo sem serem os senhores doutores e enfermeiras foi a mamã Nina. Gostei muito, mas quando eu cheguei ao pé da mamã Lu é que eu vi o que realmente é bom! Maminha da boa, com muitas festinhas à mistura. Acho que as mamãs estão um bocadinho para o parvas, olham para mim de uma forma estranha, o que vale é que eu estou mais interessada na mama… mas à cautela, vou-as vigiando podem elas sentir-se mal. Coitadinhas, têm mesmo ar de quem não sabe nada! Mas eu logo me encarrego de lhes ensinar tudo o que sei! Acho que agora vou dormir. Outro dia falamos tá? Jocas kiduchas!
2008/01/26
É assim...
2008/01/23
Nora, a gata pianista
2008/01/22
RESPOSTA GLOBAL
São neste momento 23h 47min, do dia 22 de Janeiro de 2008, está uma linda noite de Lua Cheia e a Maria não parece com muita vontade de sair cá para fora. Anda aos pulos, com o rabo espetado no topo da barriga, e pronto não sei que mais diga. Acho que já está a revelar o feitio igual ao da Lu, do estilo "Eu cá só saio quando EU quiser, que ninguém manda em mim."
O tempo anda curto, para vir regularmente à net, mas quando houver novidades eu digo qualquer coisa.
2008/01/17
PS- Soa Anjo da Guarda, dos Tribalistas, que é uma das músicas que canto à Maria e à qual ela reage (quase) sempre.