2010/12/25
FELIZ NATAL
O Pai Natal já passou cá por casa, a árvore já tem os presentinhos. A ratinha está a dormir descansada. Amanhã ao acordar é que vão ser elas!
Feliz Natal a tod@s! Cheio de Luz e doçura no coração!
2010/12/22
COLAGE: Family Time
Sinto falta de haver uma organização, ou uma ramificação de uma organização, associação, whatever, dedicada à homoparentalidade e mais importante que tudo, aos filhos de LGBT, aqui em Portugal. Esta peça sobre a COLAGE está excelente.
Birra
O bicho mau já se foi embora e agora está tudo como antes, como nada se tivesse passado. Mas estou atenta.
2010/12/17
2010/12/13
Regressar
2010/12/01
Limonada
Somos afortunadas. Lá em casa o Natal é com os Amigos. Alguns almoçam logo connosco, uma delas até com a mãe, que é viúva. Outra das amigas desde que saímos de casa para viver juntas anunciou à família: o dia 25 é para passar com a Nina e a Lu, que elas precisam de nós. Os outros que têm compromissos familiares vão ter connosco assim que possível. Deste modo, ao fim da tarde do dia de Natal, temos a casa e coração cheios.
A família há muito deixou de ser nossa prioridade. Pena, não é? Mas se nós não somos prioridade para a família no resto do ano… deixa de ser Família, não será? Com pena e dor, mas é assim.
2010/11/29
O melhor do fim de semana
PS1- O pic nic foi pedido pela Maria. Onde ela vai buscar estas coisas, não sei.
PS2- A [minha] vida é uma montanha russa de emoções. Há que aproveitar as subidas para respirar fundo, porque a maior parte do tempo estou a desgoelar-me com as descidas e os loops.
Coisas que me enervam
2010/11/26
Lembro-me que uma vez que a mímica para... já não que recordo que palavra, acabou comigo a atirar-me para trás, direita que nem um fuso, confiando no sofá que estava atrás de mim. Tudo estaria bem se não fosse ter apanhado o BRAÇO do sofá. Felizmente não foi necessário chamar os paramédicos. Outra vez (é possível que tivesse sido no mesmo dia, pois estávamos ao rubro), um dos meus amigos ficou amuado porque lhe demos abuso por não ter adivinhado a palavra "iogurte". É que a mímica estava tão bem feita. Tudo estaria bem se não fosse a véspera de anos dele, se não estivéssemos nuns bungalows em Vila Nova de Milfontes e se ele não tivesse amuado tanto que passou o dia sozinho no quarto dele, enquanto fazíamos bolo e lasanha para a festa. Festa essa que só muito lá para o fim é que contou com a participação do aniversariante.
Acho que para retomar o hábito do jogo teríamos que colar caixas de ovos nas paredes da sala para insonorizar. Nada que não possa ser feito portanto.
Anos mais tarde surgiram os Pictionarys que permitem fazer mímica, mas confessemos... qual é a piada de jogar pelas regras?
2010/11/22
Perfeição
2010/11/19
Em contagem decrescente...
PS- Bendito livro que perdi!!!
2010/11/16
Ao estilo Facebook:
Em que estás a pensar?
Nina
em como sou boa a ignorar dicas. Devia fazer disso profissão.
2010/11/12
2010/11/10
Eis senão quando...
No F*cking patience
corja
2010/11/08
2010/11/07
Ai ai...
A boa notícia é que encontrei o voucher de massagens que perdi à ano e meio atrás. Melhor ainda é ver que na parte que indica a validade do mesmo, não está preenchida a data. Portanto, I'm going to get myself massaged!!! Yeahhhh baby!!!
2010/11/06
Acabadinha de fazer pudim de morango com a Maria. Na terça-feira passada fizemos
pizza com ela. Ia tanto queijo para a pizza como ia para a boca. A miúda vai ser a próxima Nigella Lawson!
Temos que convir que a miúda tem um toque gourmet. Não pode nos ver a provar os cozinhados que diz logo "qué 'var" e depois diz coisas como: "hummm, tá munto bom!" ou "Delicia!"
Uma das coisas que mais gosta de fazer connosco é subir para cima do banco da cozinha em frente à bancada, enquanto fazemos o jantar e vai fingindo ajudar (ou ajuda mesmo, quando a tarefa assim o permite). Quando era mais pequenina, não havia bróculo que após lavado não lhe passasse pela boca, antes de ir para a panela.
Recentemente fiz azeite aromatizado com alho, que serve para os mais diversos propósitos. Esta semana tostei um papo-seco antes de grelhar a carne e pincelei com esse azeite, uma pitada de sal e partilhei entre nós. Alho, um sabor muito forte, se calhar vai torcer o nariz... Qual quê!!! "É BOM, mãe".
2010/11/05
Post com meses de delay
O truque está em ser bom à superfície.
Podem citar-me. É de minha autoria. Inspirada pela SuperBock de abertura fácil.
Aqui ou FB
Portanto, era isto. Está dito. Até loguinho.
Não há direito!
2010/10/25
Memória de peixinho de aquário
2010/10/18
"Breve" as in
À laia de explicação: eu funciono como uma impressora. Quando há erro com a impressão de um documento, todos os outros ficam em lista de espera até o erro se resolver. Traduzindo: na impossibilidade de escrever (verbalizar) um determinado post, todos os outros que me surgiram ficaram em stand by. No entanto ao contrário de uma impressora, não tenho memória, como tal perderam-se no éter que existe no meu cérebro, ou deixaram de fazer sentido.
2010/10/16
aNa & Maria
Queremos que seja vossa. :)
When She Believes - Ben Harper
Well the good Lord
Is such a good Lord
With such a good mother too
They have blessed me
They have blessed me
In the good graces of you
Now I, I have heard
a hundred violins cryin'
And I, I have seen
a hundred white doves flyin'
But nothing is as beautiful
As when she belives
When she believes
When she believes
When she believes
When she believes
When she believes in me
Woah, in me
How good it must feel
To be so young
Young and free
And the song that pleases a queen
Will always please me
Now I, I have learnt
the wisest of wisdom
And I, I have dined
in palaces and kingdoms
But nothing is as beautiful
as when she believes
When she believes
When she believes
When she believes
When she believes
When she believes in, oh in me
Now all of life
Is just passing the time
Until once again
Your eyes look into mine
Now I, I have been
Adored by a stranger
And I, I have heard
the whispering angel
But nothing is as beautiful
As when she believes
When she believes
When she believes
When she believes
When she believes
When she believes in me
2010/08/24
Rosa Pitanga com Final Feliz
Podia este ser o tema do meu casamento e lua de mel. Mas não. São mesmo os nomes dos meus vernizes de unhas.
Foi um dos melhores dias da minha vida. Custa-me encontrar palavras para descrever o que senti. Custa-me explicar porque foi/é tão importante casar-me. Não altera nada mesmo? Reconhecimento público. Tivemos 74 convidados aproximadamente. Familiares da Lu, (poucos) familiares meus, amigos de ambas, colegas de ambas. Todos que nunca pensei ser possível reunir para testemunhar o nosso amor, brindar a ele... estiveram lá. Tudo fluiu com descontração, naturalidade, harmonia. Ouvi aplausos, assobios, um estoiro de felicidade nos momentos altos. Senti uma vibração única, inimaginável naquele espaço fantástico e emocionei-me. Chorei em muitos abraços, alguns que julgava perdidos.
É escusado... não consigo articular nada mais agora... Foi um mundo de emoções do qual ainda não me recompus. Só agora tive tempo para parar, em plena lua de mel (uma surpresa maravilhosa da minha madrinha Maria Carolina). Mas por isso mesmo, porque após tanto trabalho e azáfama é tempo de parar e por manifesta capacidade de me exprimir, deixo mais detalhes para breve. Até lá, deixo-vos Rosa Pitanga e Final Feliz. :)
2010/08/12
Confesso...
Assim, os trabalhos manuais têm sido muitos, neurónios queimados a pensar e organizar tudo. Relembrei o prazer de escrever à máquina o que deu para pensar que aquilo é que deveriam ser tendinites como deve de ser. E a falta que a tecla delete faz??? Lá se vai a nostalgia. Não... brincadeira minha. Ter uma máquina de escrever à minha frente desperta a escritor profunda que há em mim, tão profunda, tão profunda que de funda que está, não consegue vir à tona. Assim se adia um best-seller raios!
Entre comprar umas noivas para o bolo, muito fofinhas, que custavam apenas 28€ e encomendar umas noivas personalizadas que custavam cerca de 125€ escolhemos fazermos nós próprias as noivas. Assim, as noivas somos noiz, certo?
O primeiro conjunto ficou muito giro, tínhamos todas pés à pato e estávamos todas inclinadas para um lado como se nos tivesse acertado uma nortada valente. E para isto foi uma noitada desde as 22h até às 04:30h da matina, com ajuda de uma ~Branca de Neve. :P Ah, durante a semana de trabalho. O dia seguinte foi... digamos... interessante. Incrível como as pessoas conseguem perceber o que tu queres dizer mesmo se tu não concluíres as frases!
Pensámos sobre os erros cometidos e decidimos, uma vez que ainda tínhamos Fimo, que conseguiríamos fazer mais um conjunto e corrigir as técnicas erradas. Assim, fizemos mais um conjunto. Este ficou muito melhor! Está muito giro mesmo. Eu e a minha noiva afro. Sim, a Lu
é mais morena que eu, mas convenhamos que depois de ir ao forno cozer, tem um bronze mais para o "Mulata d'Angola" que para o "Ilha de Tavira Agosto 2010". Das duas umas, ou lhe amarro um chocalho na canela como na música do Chico Buarque, ou a cachopa tem 1 semana e meia para torrar à séria.
Basicamente, o que me amola o juízo é faltar tão pouco tempo para a data e ter medo de não conseguir tratar de tudo o que preciso até lá. Como já disse... noiva sofre!!!
2010/08/02
Ser noiva é dose...
Isto de ser noiva, não é fácil não.
Requer muitas habilidades manuais, tempo, paciência, ficar a dever horas à cama, etc...
Agora com licença, já desabafei, vou ali fazer uns exercícios respiratórios.
2010/07/30
2010/07/29
2010/07/27
2010/07/23
Nunca uma loja do cidadão foi tão divertida
- AHAHAHAHAH (eu, a Lu, e a senhora do registo).
2010/07/21
Não há doce que sempre dure, nem amargura que nunca se acabe
2010/07/19
Depois, em casa, vem o "devia ter disto isto, devia ter dito aquilo, não devia ter dito aquilo..." Parece-me que as palavras não me saem justamente ao pé daqueles que me são mais importantes, e que por muito que diga, não é suficiente.
Desta vez despedi-me com muitas pedrinhas no coração. Ao menos ficaram os abraços.
Às pessoas a quem isto se destina (vocês sabem quem são), queria ter-vos dito mais e melhor. Porque vos quero muito.
2010/07/15
2010/07/14
2010/07/13
2010/07/07
2010/07/05
2010/06/26
2010/06/24
Só vos digo...
2010/06/21
The birds and the bees
A Maria desvia a atenção da televisão, levanta-me a t-shirt e diz:
"mamã bebé baíga!"
"Não Maria, a mamã não tem bebé na barriga."
"Tem tem" diz com um ar muito seguro.
"Não tem nada!" e pronto a conversa ficou por ali.
Depois do jantar, estavamos já na fruta, diz ela:
"A Baía tem bebé baíga!"
"Não tem nada! O que a Maria tem na barriga é massinha e banana"
"Na nã, Baía bebé baíga. Dois! Bebés masha, nana na baíga. Baía papou bebé naaaaaaaande. Ashim, tchhhhh."
Há uma mamã da sala da escola dela que está grávida. A vizinha de baixo está grávida. A criança questiona os porquês da vida. O resultado está à vista.
2010/06/18
18 de Junho de 2010
Um bip anuncia que chegou a nossa vez e eu juro que de repente as minhas pernas pesaram chumbo.
Sentámo-nos em frente à senhora do registo. Está carrancuda, o último utente não saiu de lá muito satisfeito.
"Ai ai", penso eu.
"Gostariamos de marcar a data do nosso casamento." diz a Lu.
Nada. Nem um pestanejo.
"Espere lá, eu conheço-a! "Diz a senhora.
"Ai ai", penso eu.
"Fui eu que registei a sua menina" e abre um sorriso enquanto fica toda corada.
Rimo-nos todas "Que giro!".
"Já deve estar grande! Tem que idade agora?"
"2 anos"
E pronto, a partir daí foi sacar dos cartões do cidadão, ela tem que pedir a activação informática do nosso cartão, seja lá o que for que isso significa.
"Então e já têm dia e local?"
"Sim, gostaríamos ver se é possível marcar para dia 21 de Agosto e temos um local em vista, falta ainda confirmar."
"Ora deixe cá ver na agenda... já devo ter qualquer coisa para o dia 21 de Agosto... flip flip flip, olhe, não! Ainda está todo livre! Querem a que horas?"
"Se for possível, gostaríamos por volta das 16h"
"Pronto, marcado (escreve na agenda) ... casamento da Lu e Nina... dêem-me os vossos números de telefone, aqui está o meu. Quando tiverem a certeza do local dêem-me um toque para formalizarmos tudo."
Saímos de lá com o sorriso mais estúpido do mundo, aquele que muitas vezes esqueço que tenho.
"Vês Nina, vês como somos sortudas?"
"Nunca tive sorte até te ter na minha vida."
Já só pensamos em convidados, vestidos, ementas, decoração, mesas, cadeiras, quintas e toda a parafernália. Felizes, meu Deus, como nunca pensei que um casamento me fosse fazer. No fundo tinha uma gaja que ansiava casar dentro de mim, e pelos vistos não sabia.
VAMOS CASAR!
PS- Amig@s que nos lêem. Muitos ainda não foram convidad@s, pois ainda estão muito detalhes por apurar. Assim que nos for possível iremos contactá-l@s já com todas as informações.
2010/06/11
2010/06/01
We are family - Blogging for LGBT Families
É curioso parar hoje para pensar no nosso percurso. Em 1997, pensávamos que esta relação não teria futuro, tínhamos sobretudo muito medo deste "novo mundo desconhecido" e (particularmente eu) debruçavamo-nos sobre todas as dificuldades que teríamos que enfrentar enquanto lésbicas. Lembro-me que uma das minhas principais preocupações residia em saber que a Lu sempre quis ser mãe, e que a nossa relação impossibilitava a concretização desse sonho (pensava eu). Lembro-me de dizer-lhe que não era justo que ela tivesse que abdicar dele.
Começámos a viver a nossa relação dia-a-dia, passo-a-passo a construir o nosso futuro, a nossa própria definição de "nós". A dado momento tornou-se óbvio que "nós" era algo para ficar. E então "nós" comprámos casa, "nós" adoptamos 3 gatos.
Em 2005, "nós", após 8 anos de muito pensar sobre o assunto, decidimos que não tínhamos que abdicar de nenhum sonho, e assim na impossibilidade de o concretizar em Portugal, encaminhámo-nos para Espanha para tentarmos engravidar (isto é giro de dizer - pobre Lu, ela é que teve as cãibras, as pernas pesadas, a enoooooorme barriga e eu aplico o plural!). De 2005 a 2007 foi um longo processo de injecções hormonais, exames, viagens a Barcelona, uma gravidez à primeira, um aborto e mais tentativas, sempre "mais uma vez", "mais uma vez" até em 2007 finalmente, quando o desespero era mais que muito, a Lu ficou grávida. Sustemos a respiração durante 5 meses, temendo que algo voltasse a acontecer até que todas as análises confirmaram que a bebé estava bem.
Assim, a 29 de Janeiro de 2008, nasceu a nossa mais-que-tudo Maria Carolina. Levei tanto tempo a imaginar como seria ter uma pequena criatura a correr pela casa fora, a puxar-me as calças enquanto eu cozinhava e agora quando paro para pensar, não consigo imaginar as nossas vidas sem ela.
Hoje, dia 1 de Julho, é o Blogging for LGBT Families Day. É também o Dia da Criança em Portugal (O Dia Mundial da Criança, oficialmente, é 20 de novembro, data que a ONU reconhece como Dia Universal das Crianças por ser a data em que foi aprovada a Declaração dos Direitos da Criança, Wikipedia). Ontem, alcançamos o direito a casarmos em Portugal, pois a Lei 09/2010 foi publicada. É muita efeméride junta!
A grande questão do momento é: que raio vou eu vestir no casamento???
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It´s funny to stop and thing about our path, today of all days. Back in 1997, we thought this relation had no future, we were very scared about this "new and unknown world" and - specially me- gave a lot of thought about all the difficulties we would have to face, as lesbians. I recall that one of my main concerns lies on knowing that Lu always wanted to be a mother, and that our relation made that dream impossible to come true (so I thought back then). I told her day after day that it was unfair that she had to give up that dream.
So we started to live our relation on daily base, step-by-step, building our future, our own definition of "we". At some point, it was obvious that "we" was something to stay. And so, "we" bought a home, "we" adopted 3 cats.
In 2005 "we" - after given a lot of thought about it- decided that we didn't had to give up any dream, so facing the impossibility of achieving it in Portugal, we ahead up to Spain to try to get ourselves pregnant through Anonymous Donor Insemination (its funny to say "ourselves" - pour Lu, she was the one with cramps, heavy legs and a huge, huuuuuge belly). From 2005 to 2007 it was a long path of hormonal injections, exams, trips to Barcelona, and always "one more time", "one more time" till 2007, when finally, we were getting pretty desperate. Lu got pregnant. We hold our breaths for 5 months, fearing that something wrong would happen again, till that all tests confirmed that our baby was all right.
So, on the 29th of January 2008, our sugar-honey-bunny Maria Carolina was born. I had always tried to imagine how it would be, to have a little one, running up and down at home, and pulling my jeans while I was cooking, and suddenly I stop, and realize that now, I just can't imagine our lives without her.
Today, 1st June, it's Blogging for LGBT Families Day. It's also Children's Day, here in Portugal. And yesterday, the 31st May, we achieved the right to get married since the bill 09/2010 was published. In 5 days time we can start all the paperwork. This is a whole lot of events!!!
The big question now is: What the hell am I going to wear for my wedding???
2010/05/31
Reflexo de Pavlov(a)
2010/05/18
Agora a sério...
E sim, hoje é o meu aniversário, faço uns redondos 35 anos, mas o juizo ainda não chegou cá. Deve ter sido enviado em correio normal e se calhar extraviou-se. O dia é de sol e embora se trabalhe, planeia-se uma tarde à beira mar, o que é sempre bom.
Reacções possiveis ao comunicado do PR III
Reacções possiveis ao comunicado do PR II
Reacções possiveis ao comunicado do PR I
2010/05/10
2010/04/30
I feel like crap
2010/04/28
Os pais... ai os pais...
Errado. Tu precisas, independentemente de ser custoso ou não, de o fazer. Porque agora pode ser difícil, mas os teus pais irão passar pelas fases normais do processo até chegar à aceitação. E quando chegar aí, será muito, muito bom. A melhor conquista que tu poderás alcançar, querida Orquídea. E a desconstrução dessa dúvida que persiste em ti, é necessária. Para tua sanidade. Eu soube que eles sabiam, 5 meses antes da minha mãe morrer. E foram os melhores 5 meses da minha vida. A minha mãe sabia, e por muito difícil que tivesse sido compreender e aceitar isso, ela amou-me o suficiente para aceitar (me). E o meu pai, lá com o seu jeito disse "já me chatei muito, agora não me quero chatear com mais nada na vida". E eu de repente tinha superpoderes. Tinha a meu lado a mulher que amo, que estava grávida da nossa tão esperada filha, e os meus pais aceitavam-me. Os meus medos e dar ouvidos aos meus irmãos que me diziam que não tinha o direito de fazer os meus pais passarem por isso, impediram-me de me sentir uma super mulher durante, não digo 10, mas 5 anos seguramente.
Portanto querida Orquídea, quando tiver que ser, será. Mas tem fé neles e em ti.
Multiplicação de pais
2010/04/27
Mudança de e-mail
Há questão de dias, decidi criar uma nova conta de e-mail, da gmail, para poder articular melhor as comunicações do blog. Importei todos os e-mails da conta do iol para o gmail. Acabaram-se os problemas. Bem todos, todos não... o e-mail de login do blog continua a ser o do iol e acho que não consigo mudar isto. Portanto dentro de menos de 30 dias, todos os e-mails que forem enviados para o iol, não serão reencaminhados para o gmail.
Assim, aproveito para avisar a tod@s que o novo e-mail do Oxalá é: nina.oxala@gmail.com
"Multiplicação de Pais", Grande Reportagem
A ver, hoje, na sic, às 21:05h .
2010/04/26
2010/04/23
2010/04/22
2010/04/16
A.D.Q.N.S.A.N.O.
Eu- Olá, chamo-me Nina e não consigo aguentar os phones nas orelhas mais do que 30 segundos.
Assembleia: Hi Nina!
Este sofrimento é atroz, gente... atroz.
2010/04/15
L.E.R.
Para quem se interessar, para além do link da livraria, deixo uma lista de livros sobre a temática, divulgado pela Colage.
2010/04/14
A Maria
A Maria dá nomes giros às coisas. Chama "pipinho" ao rabinho.
A Maria já faz chichi no bacio quando a despimos para o banho, na escolinha faz na sanita já muitas vezes e ontem fez cocó pela primeira vez.
A Maria faz birras, vai para o castigo e quando pára o berreiro diz "xá tá, pupa mãe" e dá beijinho (já está, desculpa mãe).
A Maria diz "é amigo" e faz coceguinhas, dá abraços, beijinhos no(a) menino(a) ou boneco em questão.
A Maria quer descer as escadas sozinha "É Baía!" e andar na rua sem lhe darmos a mão "É cuidado!" (vou ter cuidado, não te preocupes).
A Maria adora cães e gatos, é meiguinha com eles. Não puxa caudas, nem pêlo, nem bigodes. Faz festinhas e diz "É xixinho" (é fofinho).
A Maria cantarola pela casa e no carro. Canta as letras à sua maneira e arranja variantes à letra original. A Maria adora a Xuxa e sabe quase todas as letras. Pede-nos para cantarmos determinada música - do có-có, do gato, do "queínho" (coelhinho) - e é bom que saibas o que ela está a pedir.
A Maria não se esquece do que lhe prometemos, por isso não lhe prometemos o que não podemos cumprir.
A Maria gosta de comer. Bebe "tetinho" (leitinho) com uma "paínha" (palhinha), adora "masha" (massa), "roz" (arroz), "xoupa" (sopa), "mate" (tomate), "nana" (banana), "pashã" (maçã), "xumo" (sumo) e "bolho" (bolo).
A Maria diz "Qué maish" (quero mais) e "É xêa" (tou cheia).
A Maria come sopa sozinha com uma "bébeu" (colher) e o resto com uma "xaco" (garfo).
A Maria brinca ao faz de conta, finge que nos faz comida e nós comemos. A dieta é difícil por causa disto.
2010/04/13
Retro Party
T-shirt rosa choque metida para dentro das calças, blazer branco de mangas arregaçadas à Sonny Crocket (Miami Vice), óculos Ray Ban do mercado de Estoi pendurados na t-shirt, poupa altaneira, sombra de olhos rosa gelado de morango, tennis All Estrela. E a Lu de camisa de riscas azul, com estampado piroso à frente, metida para dentro das calças, todos os botões abotoados, chumaços improvisados com pensos higiénicos (resultou na perfeição), lenço de cetim com ursinhos a prender o cabelo e poupa, brincos de pérolas, lábios bem vermelhos, sombra de olhos azuis... indescritível.
Giro foi sair de casa nestes propósito, perdidas de riso, arrumar a tralha que levávamos no carro, perante o olhar dos vizinhos e passar no centro de Loulé. Às 19h da tarde, com bastante luz ainda, foi preciso coragem ;)
Chegadas à casa do anfitrião (que foi mantido na ignorância) foi morrer a rir ao encontrarmos as outras amigas e vermos como vinham. Estavam todas lindas, mas para mim quem ganhou o desafio foi a que parecia a Madonna. A música ficou ao cargo da M80, sem grandes stresses, as fajitas estavam maravilhosas e as caipirinhas desciam bem para xuxu. A Maria e o C. brincaram a noite toda; é lindo ver a cumplicidade que aqueles dois têm. É o que dá serem amigos desde a barriga. Em suma, foi do best!
2010/04/12
People who give a damn
Slow monday, estou com pouca actividade nos neurónios para acrescentar algo. Vejam, vão lá.
2010/04/09
Mais um passo...
Estivemos em BCN 2 dias, e enquanto lá estivemos não demos conta de nenhum fuzué, nenhum burburinho. Passámos por vários quiosques namorando postais, ímanes para frigorífico, passámos os olhos pelas revistas e juro que não nos demos conta de manchetes sensacionalistas. Pode ter sido falta de atenção - afinal estávamos numa lua de mel, num namoro pegado e absolutamente centradas na eminência de regressarmos a Portugal com uma pequena, pequena bebé no ventre da Lu - mas não vimos nenhum alarido (again, não quer dizer que não tenha havido).
A hospedeira traz-nos os periódicos no início da viagem e é quando vimos na primeira página! É aprovado o casamento entre pessoas do mesmo sexo e adopção para casais de homossexuais. Numa assentada só! Badabin badabum. Ia explodindo, deu-me vontade de mandar o avião fazer meia volta e regressar a Barcelona.
Aqui, é o que se vê, desconfio que este PR após aprovação definitiva pelo Parlamento, vai entrar em processo de autofagia.
Posto isto, já vai sendo hora de aprender a casar :)
PS- e neste último link, vai ter que ser removido em breve o 3º ponto dos impedimentos.
2010/04/08
Tchhh pró que me foi dar!
Por exemplo o "Não posso mais" do Pedro Abrunhosa & Os Bandemónio, lembram-me eu e a minha amiga Catarina encharcadas em suor a dançar no concerto que deram na Sé, em Faro, concerto inesquecível, pela banda, e pelo público que parecia estar todo possuído - fazíamos tudo ao comando do Abrunhosa. Man... those days...
E o "Heart of Glass" dos Blondie, na discoteca Day After em Viseu, com um bando de malta que estava numa road trip. Estava muito bem na minha, quando um gajo me abordou e por muito que lhe dissesse que não estava interessada e que não queria falar com ele, o gajo não desgrudava, tal era a bebedeira que tinha. "e porquê, e porquê". Até que a Guida, ao ver-me naquele enleio aproxima-se de mim, põe-me o braço por cima, dá-me um beijo que apesar de ser na cara, foi muito sensual e diz numa voz rouca "porque ela está comigo". E o gajo afastou-se a vociferar e lá gozamos o resto da noite em paz. O giro disto tudo, é que para mim nessa altura tudo isto era para lá de irreal. Estava bemmmmmmmm dentro do armário principalmente para mim mesma e pensava então, para os outros (agora não estou tão certa que os outros não vissem melhor o que eu negava). E penso, como pensei na altura, no gigante par de tomates que aquela rapariga teve naquele dia. Grande Guida.
2010/04/05
2010/03/23
Para a minha Lu...
2010/03/22
Sinto-me decepada...
Estou triste, triste, triste. Não percebo como uma requalificação que pretende tornar o espaço mais pedonal, mais atractivo para os utentes, implica o abate criminoso das Tílias centenárias da Praça da República (façam zoom para verem a mancha verde). Não eram árvores em risco de cair, não constituíam perigo para ninguém.
Não mais vamos parar debaixo daquelas árvores para a Maria comer um iogurte, numa manhã de mercado ao sábado, não mais vamos passear debaixo do perfume doce das tílias, não mais vamos sentir o alívio das suas sombras num dia quente de Verão...
Aquelas Tílias, eram emblemáticas. E eram um dos meus orgulhos louletanos.
Criminoso. Postarei fotos quando conseguir aproximar-me daquele sitio outra vez...
Adenda - tudo isto, levado a cabo no Dia Mundial da Árvore. Irónico.
2010/03/19
2010/03/18
O desconcerto do Mundo
No mundo graves tormentos;
E, para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só para mim,
Anda o mundo concertado.
Camões
Reset
2010/03/12
2010/03/11
2010/03/10
Agora a sério...
2010/03/09
Será gabarolice...
- amigos vêm nos contar que amigos deles comentaram que a Maria é a criança mais bem-disposta e feliz que conheceram.
- a educadora do infantário diz que a palavra que melhor descreve a Maria é "equilibrada". Partilha bem, não é demasiado mimada, não tem chamadas de atenção. Que é muito sortuda por ter 2 mães presentes. Que devemos estar muito orgulhosas dela, e muito orgulhosas de nós.
2010/03/08
I've got the blues
Hoje era daqueles dias em que ficava em casa, sem ver ninguém, na minha, gatinhos no colo, a ouvir a chuva lá fora. Apre! 2ª do demo!
2010/03/05
Contagem decrescente!
Oh yeah!
2010/03/04
2010/03/03
O_o
Mas afinal quem é que manda neste barraco? Hein?
Tradução: 1) Não senta.
2) Vai mazé fazer a comida.
2010/03/01
2010/02/24
2010/02/22
Série de posts que não estão relacionados V
Série de posts que não estão relacionados IV
Série de posts que não estão relacionados II
2010/02/19
AI...
Ingénua is my middle name
Na mesma medida, imagino que os outros tenham mais que fazer que falar e comentar a minha vida. Sempre fui assim. Desde o momento em que os meus irmãos mais velhos, já casados e que não me ligavam senão no Natal e aniversário... se reuniram com a minha mãe, para manifestar preocupação por eu ir todos os dias para escola com uma bola de basquetebol (durante a minha adolescência) "porque não era de menina", que constatei com espanto que não sou tão invisível quanto pensava e gostava, e que afinal sob aquela capa de indiferença se escondia uma profunda preocupação pelo meu bem-estar.
Assim, ainda hoje constatei que continuo tão ingénua como aos 14 anos. Mas convenhamos... epá com uma vida tão sumarenta como a nossa, como podemos pedir às pessoas que não falem de nós??? Que lhes ficaria para comentar? A senhora da mercearia que rouba nos pesos, a crise económia, ou PIOR - Deus nos livre e guarde- dos seus próprios problemas??? C´horrooooooor.
2010/02/18
2010/02/11
Catarse (passem à frente se não vos apetecer)
aNa, esperava ponto por ponto estes teus comentários. ;) Demorei horas para escrever aquele post e sabia que mesmo assim para o explicar seria necessário mais do que aquelas linhas. Teria que explicar não uma, mas 6 vidas.
1) Não parto do pressuposto que a orientação homossexual nos torne super heróis. A minha mãe era a minha heroína independentemente da sua orientação sexual.
2) Tenho tendência para endeusar a minha mãe, é verdade. Não a desresponsabilizo dos seus defeitos, dos seus actos, porém acho que foi fortemente condicionada pelo meu pai por um lado e por outro lado, pela sua proveniência e opções que lhe estavam disponíveis na época em que viveu.
No caso concreto da minha mãe, ela era mais esclarecida, empreendedora, independente, forte, segura que o meu pai. Tempos houve que lhe disse que ela não precisava dele para nada, porque é que ela não se divorciava. Isto em tempos em que era muito fácil encontrar soluções para problemas complicados. Curiosamente, ao pensar como seria se a minha mãe fosse lésbica, não escrevi este post a imaginar um relacionamento desse carácter. Limitei-me a retirar a figura do meu pai do quadro. Não pus ninguém no seu lugar. A minha imaginação "doesn't go that far".
A minha mãe casou-se com o meu pai em 1956, julgo. Numa altura em que uma mulher sem educação (2ª Classe), pobre e proveniente de uma família desmembrada, sem bases e posses não tinha outra alternativa senão casar-se para ter uma maior segurança financeira. Aos 7 anos tomava conta de um rebanho de animais, cada um de sua espécie, cada um puxando para o seu lado. Levava nessa altura preso à cintura um tachinho pequenino e umas armadilhas de passarinhos, que apanhava durante o pastoreio e cozinhava no tachinho para acompanhar o naco de pão que lhe deram à saída de casa. Trabalhou também na ceifa e quando as colegas lhe descobriram a voz de rouxinol começaram a pagar-lhe uns tostões para cantar na ceifa.
Saiu de casa aos 15 anos para ir servir como criada em casa de "Senhores" em Lisboa. Atravessava Lisboa inteira para fazer as compras para a casa dos "Senhores" com o dinheiro contado, à procura onde algo fosse uns tostões mais baratos (e guardava o troco). Dormiu num vão de escadas. Namorou. Ninguém lhe encheu as medidas.
Aos 26 anos apareceu o meu pai, homem apaixonado, honesto, sem vícios. Começou a namorar com ele. Estava a ficar "fora de prazo" e as pessoas começavam a falar porque frequentava a casa do meu pai para cuidar dele enquanto ele esteve doente (teve uma pleurisia). Casou-se. Passado um ano teve 1 filho. E mais 2, de dois em dois anos. E eu passado 19 anos.
Tiveram muitos negócios. O penúltimo, negócio de criação de frangos fazia-a levantar de madrugada para matar, depenar e arranjar as galinhas para o meu pai depois levar às mercearias e restaurantes. Os meus 3 irmãos ajudavam antes e depois da escola. Lutou muito contra o meu pai e o seu autoritarismo. Valeu-lhe vários amuos de meses. Uma vez o meu pai ficou sem lhe tocar ou falar durante 6 meses. Tomou conta da minha avó paterna nos seus anos de vida durante os quais engoliu uma série de sapos.
Após o meu pai ter trespassado o último negócio que tiveram, por um valor ridiculamente baixo (nunca foi bom negociador), e ter gasto as poupanças nuns terrenos que comprou para ter mais trabalho (até ao fim dos seus dias), ficámos depenados. Começou a fazer folares e empanadilhas para ganhar dinheiro primeiro para pagar a minha explicação de Matemática e depois, após ver a boa aceitação e o rendimento que conseguia, passou a fazê-los o ano inteiro e com isso governava a casa, começou-me a dar uma semanada de 500 escudos, mandou fazer uns vestidos na modista... O meu pai sentiu-se diminuído, amuou quando ela levou a minha avó materna para a nossa casa. Passado alguns anos mudou a atitude. Ficou mais brando. Reconheceu-lhe valor. A conta bancária estava a recuperar graças aos folares e empanadilhas.
(...)
No último ano da sua vida a minha mãe faltou pela primeira vez ao respeito ao meu pai. A minha tia e ela tiveram uma discussão por causa da questão das minhas avós e a minha mãe revoltou-se por ninguém lhe agradecer ter sido ela a tratar da sogra e ao mesmo tempo ter sido tão hostilizada quando chegou a altura de tratar da sua própria mãe. O meu pai ralhou-lhe por ela ter falado como falou com a minha tia. A minha mãe disse-lhe "Olha lá... e tu não iras à merda, mazé?" E telefonou-me revoltada, zangada, injustiçada. Desabafou tudo. Consolei-a como pude. Depois veio a época das alfarrobas. E depois a das azeitonas. E eu e a Lu, grávida de 6 meses a ajudá-los. Outubro/Novembro. Dezembro, trouxe o diagnóstico de cancro. E o que se passou nos 2 meses seguintes foi demasiado doloroso, os mecanismos familiares foram demasiado sórdidos, para eu agora descrever. Terminou com ela a perguntar-me "Mereço isto?" e a desejar-me "Boa viagem, filha".
O meu pai portou-se exemplarmente durante a sua doença. Sempre a amou... como soube é certo. Quando morreu, a minha mãe tornou-se uma santa para ele. "Sempre sofreu muito, pobrezinha, por causa dos filhos... e eu também fui bastante áspero para ela." "Tens de ser forte filha, agora estás sozinha."
Agora, o meu pai voltou a ser o ser o umbiguista que sempre foi. Um umbiguista mais sofredor. Que é incapaz de acarinhar-nos na nossa visita, mas que chora na despedida. Que no seu silêncio cobra as faltas de ajuda na terra, com as alfarrobas ou as azeitonas. Que faz chantagem emocional surda. Talvez seja apenas eu que a oiça, não sei.
Esta zanga dificilmente será terapêutica, ou permitirá dar um passo em frente. Porque, como sempre não se fala "Lá estás tu, lá estão vocês com essas conversas, essas intrigas". O segredo, o silêncio, sempre o silêncio. E ainda é minha/nossa (dos filhos) a culpa de tudo o que se passou. Porque falámos. E devíamos ficar calados.
Quanto à minha mãe, esta mulher, com esta força que lhe conheci... dificilmente iria tolerar subjugação se estivesse em igualdade de circunstâncias. Talvez eu seja ingénua. Talvez não.